terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Michel Temer e Eduardo Cunha defendem ministro da Saúde

Vice foi indagado se ministro está 'firme e forte' no comando da pasta. Blog do Camarotti relatou incômodo no Planalto com declaração de Castro.

O vice-presidente Michel Temer, presidente nacional do PMDB, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defenderam nesta terça-feira (26) o ministro da Saúde, Marcelo Castro, também peemedebista. Temer disse, após ser questionado sobre as recentes declarações de Castro em relação ao mosquito Aedes aegypti, que o ministro "merece" permanecer no cargo. Cunha disse haver tentativa de culpar o ministro por um problema que não é dele.

Castro se tornou alvo de críticas em razão de declarações polêmicas concedidas à imprensa. O último episódio envolvendo o titular da Saúde gerou contrariedade no Palácio do Planalto,segundo informou o Blog do Camarotti, por conta da avaliação de Castro de que o país está perdendo a “guerra” contra o mosquito Aedes aegypti – transmissor de doenças como a dengue e as febres chikungunya e amarela, além do zika vírus.

"Eu acho que ele merece", disse Temer nesta terça, após ser questionado sobre se Castro segue "firme e forte" no cargo.

Na Câmara, Eduardo Cunha também foi questionado sobre a situação do ministro, e afirmou que "o mosquito não tem quatro meses", em referência ao tempo que o peemedebista ocupa o posto na Saúde.

Cunha disse que "culpar" Marcelo Castro pela epidemia é "transferir" um problema e voltou a defender que o partido deixe a base aliada do governo. "O Marcelo não devia estar no governo não pelo fato em si da epidemia. Eu acho que o PMDB devia sair do governo. Agora, querer culpar o Marcelo pela epidemia de mosquito é querer transferir um problema que não é dele. Isso eu não concordo", afirmou.

"Independente do que ele falou ou deixou de falar, o mosquito está lá há mais tempo. Eu, pelo menos, tive dengue em 2012. Já tinha epidemia no Rio", completou.

Declaração polêmica
Na última sexta-feira, durante seminário no Piauí, Marcelo Castro afirmou que o país vive "uma verdadeira epidemia" ao citar o Aedes egypti. “Há cerca de 30 anos o mosquito vem transmitindo doenças para nossa população e, desde então, nós o combatemos, mas estamos perdendo a guerra contra Aedes aegypti", declarou o ministro.

Nas palavras de um auxiliar direto de Dilma, informou o Blog do Camarotti, a frase do ministro sobre o combate ao mosquito passa a imagem de que o governo não está conseguindo reagir não só a epidemia da dengue, mas, principalmente, ao avanço do zika vírus.

Nesta segunda-feira (26), após reunião no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff e outros cinco ministro, Castro disse que é preciso "vencer" a batalha contra o mosquito. “Eu não estou condenando ninguém. Mas é fato que o mosquito convive com a gente esse tempo todo. Se perdermos a batalha, teremos quantas pessoas com microcefalia? Agora é uma guerra completa, e essa batalha, nós precisamos vencer sob pena de a história nos julgar", declarou.

Desde que assumiu o comando do Ministério da Saúde, Marcelo Castro deu, além da história de o país estar perdendo a guerra para o Aedes Aegypti, três outras declarações que geraram constrangimento ao Palácio do Planalto.

Em novembro, ele disse que “sexo é para amadores, e gravidez é para profissionais”, referindo-se a planejamento familiar em tempos de microcefalia.

Cerca de 15 dias depois, ele declarou perceber que os homens se protegem do Aedes aegypti, mas as mulheres, “normalmente, ficam de perna de fora e quando usam calça, usam sandália”.

Há duas semanas, em uma conversa com jornalistas, ele disse que iria torcer para mulheres pegarem o Zika antes da idade fértil para ganharem imunidade antes de ser criada a vacina para o vírus.

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