terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Eleições presidenciais mais imprevisíveis dos EUA começam nesta segunda

As eleições presidenciais começam oficialmente nesta segunda-feira (1) com as primárias de Iowa. Oito anos depois, as pesquisas mais recentes apontam novamente para uma disputa voto a voto entre os democratas, uma vez mais com Hillary Clinton aparecendo como a favorita dos eleitores

Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York

O Iowa é um estado rural, localizado no coração da chamada América Profunda, com menos de 3 milhões de habitantes, em sua imensa maioria de brancos caucasianos, nada representativa do restante do país, e com uma expectativa de apenas 250 mil eleitores comparecendo às urnas, divididos entre o campo democrata e o republicano.

No entanto, a primazia de iniciar a competição pelo cargo eletivo mais importante do planeta e o fato de ser um estado sem preferência clara entre direita e esquerda, dão a Iowa o poder de indicar tendências. Basta lembrar da primária democrata de 2008, quando Barack Obama surpreendeu a todos terminando à frente de Hillary Clinton. Deu no que deu.

Pesquisas mostram Hillary Clinton como favorita, mas situação pode mudar

Oito anos depois, as pesquisas mais recentes apontam novamente para uma disputa voto a voto entre os democratas, uma vez mais com Hillary Clinton aparecendo como a favorita dos eleitores mais idosos e centristas, só que desta vez com a ex-secretária de Estado concorrendo, na prática, ironicamente, como a representante de um terceiro mandato de Obama.

Seu opositor direto é o senador socialista Bernie Sanders, favorito dos mais jovens e da ala esquerda do partido. O ex-governador de Maryland Martin O’Malley está muito atrás. Entre os republicanos, a disputa é entre o bilionário Donald Trump, à frente em todas as pesquisas, e os senadores conservadores Ted Cruz e Marco Rubio. Os três disputam o voto dos evangélicos, que devem decidir o vitorioso no flanco da oposição.

Primárias podem confirmar favoritismo de Sanders

Iowa poderá confirmar a surpreendente ascendência dos insurgentes - Bernie, de um lado, e Trump e Cruz, do outro - ou fortalecer políticos mais afinados com o comando dos dois partidos, como Hillary, Rubio e Bush.

É tão importante quanto a confirmação do fenômeno Trump será a posição dos três moderados republicanos, os governadores John Kasich e Chris Christie e o ex-governador Jeb Bush. Não será surpresa se pelo menos um deles anunciar o fim de sua candidatura após os resultados de Iowa.

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