terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Zika vírus se expande na Colômbia, segundo país mais afetado

O Instituto Nacional de Saúde (INS) da Colômbia constatou no sábado um aumento do número de infecções pelo zika vírus em todo o território nacional. Segundo dados do órgão, até a terceira semana de janeiro foram contabilizados 20.297 infectados. Uma semana antes, de acordo com os mesmos registros, a cifra chegava a 16.419. A preocupação, diz o Ministério de Saúde, é que a quantidade de pessoas infectadas continue crescendo nas próximas semanas. De todos os casos registrados, 1.911 correspondem a mulheres grávidas. No boletim da semana anterior, o número de gestantes com o vírus chegava a 890. Em poucos dias dobrou.

O ministro da Saúde, Alejandro Gaviria, afirmou que o país deve esperar cerca de 600.000 casos de zika até o fim do ano, com 500 casos prováveis de microcefalia e 500 casos de alterações neurológicas relacionadas à Síndrome de Guillain-Barré. Segundo ele, as próximas 15 semanas são fundamentais para a prevenção da doença. “No Brasil vão distribuir repelente para a população vulnerável e é nessa direção que devemos caminhar”, indicou. A Colômbia, de acordo com dados oficiais, aparece como o segundo país mais afetado pelo zika depois do Brasil. O gigante sul-americano contabiliza 3.448 casos suspeitos de microcefalia e decidiu distribuir repelentes para 400.000 mulheres grávidas que estão cadastradas no Bolsa Família. 

Na Colômbia, os novos dados confirmam que o departamento de Norte de Santander, no leste do país e fronteiriço com a Venezuela, é o que registra mais casos de grávidas infectadas, com 787 gestantes.

O Governo colombiano decretou o nível de alerta verde, que exige que os hospitais das cidades e povoados localizados a menos de 2.200 metros de altitude adotem medidas de prevenção ante a iminente fase de expansão do vírus. O alerta se soma à recomendação que o Ministério da Saúde vem fazendo aos casais que desejam ter filhos para adiar a gravidez por oito meses.

O zika vírus é transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti e, em 80% dos casos não causa nenhuma manifestação de sintoma. Quando causa, geralmente é uma infecção leve. Mas eles está sendo associado a dois graves problemas de saúde que são a microcefalia em bebês de gestantes infectadas e alguns casos da Síndrome de Guillain-Barré.

A Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) pede que os países ampliem o acesso aos anticoncepcionais na América Latina diante da expansão do vírus, mas recorda que a decisão de conceber é um direito exclusivo da mulher. Porto Rico, Equador, Colômbia, República Dominicana, Jamaica, Honduras, Panamá e El Salvador pediram a suas cidadãs que evitem engravidar enquanto houver perigo de infecção pelo zika no país, até que se saiba mais sobre o vírus e, no caso de El Salvador, pelo prazo de dois anos. A Organização Mundial da Saúde afirmou que o vírus poderá afetar até quatro milhões de pessoas nas Américas.

O ministro da Saúde da Colômbia viajará nesta semana ao Uruguai para participar da cúpula de ministros da Saúde das Américas que procura elaborar uma estratégia de combate ao zika na região.

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