domingo, 24 de janeiro de 2016

Dívida de 50 grandes empresas brasileiras salta 77% em dois anos


Um levantamento realizado pelo jornal O Globo mostra que a dívida líquida de 50 empresas que compõem o Ibovespa, principal índice da Bolsa, saltou 77% em dois anos. A pesquisa, com base em informações agregadas pela Bloomberg, mostra que o aumento foi de R$ 366,5 bilhões, mais que o triplo do Orçamento do Governo Federal para a área da saúde este ano. Com as finanças apertadas, as companhias demitem, tentam vender ativos e reduzem o investimento. Enquanto isso, negociam com bancos e credores novas condições de financiamento.

O levantamento considerou a evolução da dívida líquida — a dívida total menos o caixa (dinheiro ou investimentos) — entre o terceiro trimestre de 2013 e o mesmo período de 2015. Foram excluídas companhias ligadas ao setor bancário (bancos e firmas correlatas) e a Rumo, que, por ter sido formada em 2014, não tem dados de endividamento para 2013.

A dívida das 50 empresas somou R$ 842,6 bilhões em setembro. Sozinha, a Petrobras responde por 48% do total (R$ 402 bilhões), após salto de 109% em seus débitos nos dois anos.

Em muitos casos também cresceu a relação entre dívida e a geração de caixa nos últimos 12 meses. Quanto maior a relação, pior a capacidade de quitar os débitos. Na CSN, essa relação saltou de já preocupantes 5,5 para 11,5. Ou seja, com o caixa que gera, a siderúrgica levaria mais de 11 anos para quitar seus débitos. Sua dívida saltou 31% em dois anos, para R$ 26 bilhões. Este mês, segundo o sindicato local, a CSN demitiu 700 funcionários em Volta Redonda e vai suspender por 90 dias um alto-forno da usina.

O endividamento maior não é exclusividade das empresas brasileiras. Em outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) calculou que a dívida corporativa dos emergentes (excluindo-se o setor financeiro) saltou de US$ 4 trilhões para US$ 18 trilhões.

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