quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Carnaval de Colônia começa sob forte esquema de segurança



O Carnaval de Colônia começou nesta quinta-feira (4) na Alemanha sob forte esquema policial, para evitar novas agressões sexuais contra mulheres, como aconteceu na noite do Ano Novo. Um milhão de foliões e turistas devem participar dos desfiles de blocos até a quarta-feira de cinzas.

O desfile começa com o "Weiberfastnacht", o chamado Carnaval das mulheres. Para a garantir a segurança da festa, as autoridades locais adotaram diversas medidas. Cerca de 2.500 policiais foram destacados, o dobro do ano passado, e dezenas de câmeras de vídeo foram instaladas em pontos sensíveis da cidade. A ideia, disse a prefeita Henriette Reker, “é que todo mundo possa festejar o Carnaval sem risco”.

A última noite de Ano Novo traumatizou a cidade. Cerca de mil homens, a maioria imigrantes do Norte da África e de origem árabe, fizeram um arrastão em Colônia, assediando, agredindo e roubando centenas de vítimas. De acordo com a polícia, mais de 600 queixas foram feitas por mulheres da cidade, 45% delas por ataques sexuais. O caso escandalizou o país.

Organizadores editam cartilha

Os organizadores do Carnaval editaram uma cartilha, em inglês e árabe, com recomendações aos participantes, explicando em detalhes os códigos que devem ser respeitados.

O texto diz, por exemplo, que se uma mulher beijar um homem no rosto, o gesto é uma tradição da festa alemã e não significa que ela esteja autorizando uma aproximação. Se no calor da folia os corpos se tocarem, esse contato só dura o tempo da dança, acrescenta a cartilha.

A organização religiosa Caritas, que coordena uma grande parte da ajuda aos refugiados, foi ainda mais longe e propôs nas últimas semanas cursos de Carnaval para iniciantes, em árabe e farsi, o idioma falado no Irã. Nas aulas, os alunos aprenderam que um olhar de uma mulher não é um convite para algo mais.

As escolas de Colônia decidiram fechar as portas durante o Carnaval. Até hoje, só 44 homens, a maioria argelinos, marroquinos e tunisianos, foram indiciados por esses abusos e outros dez suspeitos estão detidos.

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