segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Grupo neonazista ameaça imigrantes de realizar limpeza étnica em país europeu

Com trajes escuros, eles rondam abrigos na Finlândia e dizem defender as mulheres de ataques.







Um grupo neonazista ganhou força na Finlândia por causa da onda de refugiados que têm chegado desde 2015 ao continente europeu. Violenta, a facção Soldados de Odin busca tomar o lugar da polícia no país. As informações são do Daily Mail. Com trajes escuros e típicos, seus componentes rondam as cidades à noite à procura de algum refugiado. Eles dizem querer proteger as mulheres de ataques sexuais, baseados em ocorrências que teriam sido cometidas por alguns imigrantes. O "comprometimento patriótico" deles é o de tomar medidas diretas para "proteger suas mulheres, namoradas e filhas" após um fluxo de imigrantes chegar ao país da Escandinávia, conhecido por suas características liberais. A quadrilha diz que tem células em toda a Europa. Seus membros garantem estar mobilizados após um aumento da criminalidade supostamente relacionada à imigração nos últimos 12 meses. Segundo eles, o governo finlandês "estragou tudo". Reportagem do Mail Online teve acesso à liderança do grupo e visitou a sua sede secreta, que estava lotada de artigos nazistas e propagandas de supremacia dos brancos.
Jani, 27 anos, um dos líderes da divisão Kemi do grupo, trabalha em uma fábrica de papel e, apesar de todas as evidências, diz que eles não seguem ideologias nazistas. Mas admite que haverá uma "guerra nas ruas e que estão prontos para lutar". A grande maioria dos Soldados de Odin é feita de operários. A reportagem conheceu um lixeiro, vários trabalhadores de siderurgia, um mecânico, um motorista de caminhão e um funcionário de fábrica, que fazem patrulhas regulares. Muitos outros estão desempregados, vítimas da crise econômica de três anos da Finlândia. Quase todos têm antecedentes criminais, tendo passado por penas longas na prisão. Lari Kuosmanen, 26, líder da divisão do Joensuu, reconhece sua ficha criminal e diz que "todos cometeram erros", garantindo que o grupo não cometeu um único ato de violência até agora. Tatuado, desempregado e fã de hóquei no gelo, Kuosmanen diz que o grupo tenta proteger as pessoas.— O problema é que é difícil sermos bons se você nos olhar como bandidos,
Eles fazem patrulhas com cães farejadores e rondam abrigos de imigrantes locais, interpelando-os, caso desconfiem de alguma atitude.

Muitos consideram o grupo intimidante. Em Joensuu - uma cidade no leste com uma história de violência de skinheads - onde o grupo é proibido na maioria dos bares, uma estudante para sua bicicleta e diz que ela é "suspeita" dos vigilantes.
— Eles são verdadeiros criminosos e dizem que estão fazendo o trabalho da polícia. A maioria das pessoas acha que eles são neonazistas.
Eles se consideram como justiceiros injustiçados. Entre seus objetos de colecionador estão um punhal com uma suástica no cabo, chapéu de um oficial da SS colocado em cima de um crânio e uma camiseta de Adolf Hitler. O teto está coberto por uma rede de camuflagem e grandes bandeiras finlandesas cobriam as paredes. São indícios de uma espécie de Partido Nazista Finlandês. 
Outros apetrechos ligados ao grupo: fuzil de assalto (segundo eles, uma réplica), laço de forca e máscara de gás. A explicação é de que são objetos pessoais do líder. Eles não admitem ligação com o nazismo mas assumem que simpatizam com vários conceitos de tal ideologia, como a proteção da cultura nacional e a defesa da supremacia branca. O ex-presidiário Juha-Matti Kinnunen, 27, que está estudando para ser mecânico em um centro de educação de adultos, ameaça em nome do grupo.

— Se as coisas continuarem assim, a limpeza étnica será necessária. Cristianismo e islamismo têm estado em guerra por centenas de anos, e não vão parar até que um lado prevaleça. Vamos lutar para defender nossa cultura, terras e povo

Quando o grupo chega ao abrigo de imigrantes, em Takajarvi, Kemi, está tudo escuro e silencioso. Então rostos dos refugiados aparecem nas janelas. Eles olham cautelosamente para os homens, e seus cães começam a forçar a coleira, na tentativa de escapar.Um homem supostamente africano começa a digitar em seu telefone. Jani diz:— Em poucos minutos, seus amigos vão descer com varas de ferro. Isso acontece muito. Mas com uma chamada em umwalkie-talkie, posso conseguir 30 caras aqui e eles vão recuar. 

De acordo com os dados da polícia, menos de mil imigrantes são suspeitos de crime. Mas o número de crimes violentos e sexuais entre eles aumentou; isso, segundo os oficiais, pode ser devido ao alto número de jovens na comunidade imigrante, Muitos serão deportados, apesar de 3 mil permanecerem no país. A polícia, que tem um contingente menor do que de 8 mil homens, não reconhece os Soldados de Odin, Para Vidhya Ramalingam, especialista em violência antiminoria no GIRDS (Instituto Alemão de Estudos sobre a Radicalização e Desradicalização, na sigla em inglês), o aumento dos Soldados de Odin é um reflexo do fracasso político no país, Hasim Keles, 25, um migrante curdo que encontrou trabalho em uma pizzaria, revela o seu temor de encontrar o grupo.— Não vamos mais para a cidade, especialmente à noite, porque estamos com medo de sermos espancados.

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