sábado, 6 de fevereiro de 2016

Três mortos na Colômbia infectados com zika e síndrome de Guillain-Barré

Larvas do mosquito Aedes aegypti são vistos em Cali, Colômbia, no dia 25 de janeiro de 2016.

As autoridades de saúde da Colômbia confirmaram nesta sexta-feira a morte de três pacientes que foram infectados com zika, em todos os casos após apresentarem sintomas neurológicos da síndrome de Guillain-Barré (GBS), também associada ao vírus.

"Confirmamos e atribuímos ao zika, com o antecedente real de zika, três mortes (...) Neste caso, as três mortes foram precedidas da síndrome de Guillain-Barrá", disse Martha Lucia Ospina, diretora do Instituto Nacional de saúde (INS).

Dois dos mortos são de Turbo (Antioquia, noroeste), perto da fronteira com o Panamá, e um da ilha turística de San Andrés, no Caribe.

"Os casos continuarão aparecendo porque (...) o mundo está conhecendo que o zika tem risco de morte. Não muito alto, mas tem risco", afirmou a epidemiologista em coletiva de imprensa.

Ospina, que compareceu junto ao ministro da Saúde, Alejandro Gaviria, disse que há outras seis mortes em avaliação.

Gaviria enfatizou a "preocupação" da Colômbia com o risco de morte trazido pelo zika em casos vinculados a Guillain-Barré, uma afecção na qual o sistema imune ataca o sistema nervoso e pode produzir paralisias.

"O Guillain-Barré é uma grande preocupação que temos hoje, tento por temas de mortalidade como por temas de congestão de UCIs (unidades de cuidados intensivos)", afirmou.

Segundo o último boletim epidemiológico do INS colombiano, até a terceira semana de janeiro havia 20.297 casos de zika registrados no país, 2.116 de deles em grávidas.

Os especialistas suspeitam que há um vínculo entre o zika e um aumento de casos de SGB, assim como de microcefalia nos fetos, mas ainda não há uma relação de causa e efeito cientificamente comprovada entre o vírus e essas condições.

Na segunda-feira, Gaviria disse que neurologistas disseram que passaram anos sem ver um caso de síndrome de Guillain-Barré e agora veem "três em um único dia". Atualmente, disse, há 15 pacientes desta doença em hospitais em Cucuta (nordeste), na fronteira com a Venezuela, e três em Ibagüé (centro-oeste).

"Há uma sobreposição suficiente no espaço e no tempo para dizer que aqui há claramente uma associação", explicou.

A Colômbia, que na semana passada declarou alerta verde hospitalar para se preparar para a "fase expansiva" do zika, não pretende suspendê-lo por ora.

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