terça-feira, 1 de março de 2016

PF investiga se Santana usou laranja na compra de imóvel ligado à Odebrecht.

O Apartamento de 306 m2 foi de executivo de holding que controla Odebrecht.


João Santana preso na 23ª fase da Operação Lava-Jato da Polícia Federal.
SP — A PF investiga se o marqueteiro João Santana comprou um apartamento em bairro de luxo de São Paulo de um laranja. O imóvel entrou no radar da Operação Lava-Jato porque foi pago com dinheiro não declarado da offshore Shellbil no exterior. Antes de pertencer ao provável laranja, a propriedade foi de Ruy Lemos Sampaio, diretor da holding que controla a Odebrecht. Em outros negócios, também omitidos da Receita Federal, a empreiteira pagou o publicitário por meio da Shellbil.

O apartamento de 306 metros quadrados, com quatro suítes e cinco vagas de garagem no bairro Vila Nova Conceição, na Zona Sul da capital paulista, foi comprado por Santana em 17 de junho de 2013. Os antigos proprietários eram Mauro Eduardo Uemura e Deborah de Oliveira Uemura, que, em janeiro, antes mesmo da prisão do marqueteiro, pediram acesso às investigações. O casal Uemura havia comprado o imóvel em 14 de dezembro de 2009 de Sampaio.

Compra de imóveis é um dos caminhos usados por operadores de propina para lavar dinheiro desviado da Petrobras, segundo investigações da Lava-Jato. Um dos delatores da operação, Milton Pascowitch, contou à PF que fez repasses ao ex-ministro José Dirceu, por meio da reforma de imóveis e da compra de um apartamento.

— (O apartamento triplex) pode ter sido um repasse não declarado ao casal Santana travestido de operação imobiliária — disse uma pessoa ligada às investigações.
Chamou a atenção dos investigadores a forma como o imóvel foi adquirido. Na escritura, Santana diz que pagou R$ 3 milhões. Em sua declaração de Imposto de Renda de 2013, registrou R$ 4 milhões. A operação Lava-Jato descobriu que nenhum desses valores foi o total gasto. Quem pagou parte do apartamento foi a empresa de Santana e sua mulher, Mônica Moura: a Polis Propaganda, que prestou serviços a campanhas do PT.

A Polis depositou um sinal de R$ 300 mil e uma parcela de R$ 2,7 milhões na conta de Deborah Uemura no Bradesco. Mais US$ 1 milhão foi repassado por fora. O dinheiro saiu da offshore Shellbil, de Santana, para uma conta de Mauro num banco português no exterior. Em depoimento a PF semana passada, Santana disse que pagou R$ 6 milhões pelo imóvel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui