quarta-feira, 27 de abril de 2016

A 100 dias do Rio 2016, crise política e problemas em arenas são gargalos

Problema de energia no evento-teste natação; maria lenk  (Foto: Fabrício Marques)Quedas de energia no evento-teste da natação serviram para pressionar empresa de energia
Indefinição na presidência, no entanto, não deve impactar muito na organização dos Jogos. Problemas em eventos-teste ligam alerta, e queda de ciclovia levanta suspeita. A cerimônia que marca os 100 dias para os Jogos, em Atenas, nesta quarta-feira, deveria contar com a presença do prefeito Eduardo Paes. Ele receberia a tocha olímpica do Rio 2016. No entanto, a queda de um trecho da ciclovia Tim Maia, semana passada, causando a morte de duas pessoas, obrigou o retorno do prefeito à capital carioca mal ele havia pisado na Grécia. Em vez da tocha, ele estará nesta manhã divulgando o plano operacional dos Jogos. Quem vai receber o símbolo olímpico é a presidente Dilma Rousseff, no dia 3 de maio. Ela, no entanto, poderá ser afastada pelo Senado dias depois. 

É nesta atmosfera que o país e a cidade chegam à marca de 100 dias para os primeiros Jogos da América do Sul. Em meio aos resquícios da queda da ciclovia, um legado dos Jogos, e da crise política, 98% do Parque Olímpico está pronto, mas ainda é preciso concluir algumas arenas, atender às queixas de federações esportivas, monitorar os casos de zika e seguir a preparação para inimigos habituais dos Jogos, o doping e o terrorismo. A queda de um trecho da ciclovia Tim Maia, no mesmo dia em que a chama olímpica era acesa na Grécia, manchou a imagem da cidade e lançou suspeitas sobre a qualidade das obras relacionadas diretamente ou indiretamente aos Jogos. O gerenciamento dos trabalhos no Parque Olímpico e em Deodoro tem como empresa responsável a Concremat, a mesma que construiu a ciclovia. Nesta segunda, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego informou que 11 operários morreram em construções ligadas ao Rio 2016. A Prefeitura contestou o número, afirmando que três casos não tiveram relação com obras dos Jogos. A falta de planejamento e o prazo apertado foram apontados como principais motivos. Dentre os 38 embargos determinados pelas fiscalizações da superintendência, um deles foi feito no velódromo, o que causou o cancelamento do evento-teste do ciclismo de pista. Na obra foram constatados problemas de segurança dos operários. A CPI das Olimpíadas será instalada esta semana na Câmara dos Vereadores com o objetivo de investigar os contratos entre o poder municipal e as empreiteiras. Os recentes eventos-teste para os Jogos expuseram várias críticas de dirigentes de federações esportivas. Quedas de energia marcaram as disputas da ginástica e da natação, que ainda sofreu com o calor. Para o Comitê Rio 2016, que se vira para cortar gastos, os problemas na luz serviram para pressionar os fornecedores de eletricidade. Detalhes importantes do Centro de Tiro Esportivo, como o estande das finais,estavam incompletos. O Engenhão não ficará totalmente pronto para os eventos-teste do atletismo olímpico e paralímpico, em maio. Outros locais de competição que deveriam ter sido concluídos no fim do ano passado, como os centro de tênis e de hipismo, sofreram atraso depois que a empreiteira Ibeg foi afastada. No Maracanãzinho a cobertura passa por reforma. 

A obra mais cara dos Jogos, a linha 4 do metrô, que oficialmente chegou a R$ 9,7 bilhões, ficará pronta. Ela enfrentou dúvidas, atrasos, aumento de custo, crise econômica do governo estadual e dificuldade de empréstimo junto à União. De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes, a obra está 93% concluída, e as cinco estações vão funcionar a partir de julho, um mês antes dos Jogos. Na Baía de Guanabara, seguem as instalações das ecobarreiras nos 17 rios que mais poluem as águas da disputa da vela. Este mês, foi inaugurado o cinturão que desvia o esgoto da Marina da Glória.

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