Muros são colocados em gramado em frente ao Congresso Nacional para separar manifestantes pró e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em Brasília.
Vias estão interditadas desde sexta, e pessoas são revistadas no acesso. Muro divide atos pró e contra impeachment; votação deve começar às 14h.
O trânsito de veículos no Eixo Monumental entre a Rodoviária do Plano Piloto e o balão do Presidente foi bloqueado na madrugada de sexta (15) e permanece assim até a dispersão dos grupos, neste domingo. O Metrô ficará fechadopor causa de uma paralisação de servidores, mas o DFTrans promete reforçar linhas de ônibus.
Os grupos têm áreas já definidas na Esplanada para os protestos. Eles estarão separados por um “muro” de um quilômetro, montado por detentos do regime semibaerto, a partir da Catedral Metropolitana. A Força Nacional vai reforçar o efetivo, que conta com 3,7 mil policiais civis e militares. A expectativa do governo é de que 300 mil pessoas acompanhem a votação.
As zonas para os manifestantes estarão divididas por um corredor de 80 metros de largura por um quilômetro de comprimento, extensão que vai da Catedral ao Congresso Nacional. A passagem será de trânsito exclusivo das forças de segurança e será guarnecido por policiais militares encarregados de impedir que um grupo invada o espaço reservado ao outro. Telões foram montados para que os participantes dos atos possam acompanhar a votação.
Os manifestantes a favor do impeachment ficarão em um ponto de concentração próximo à Catedral Metropolitana (do lado do Eixo Monumental que fica no sentido do Congresso) e por isso só podem estacionar na Asa Sul. Os contra, perto do Teatro Nacional (do lado do Eixo Monumental no sentido contrário ao Congresso), e por isso só podem estacionar na Asa Norte. Policiais militares “filtrarão” os manifestantes a partir do dia 15, indicando para onde devem se direcionar.
De acordo com o plano operacional, a área que compreende a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça estarão restritos para o trânsito das forças de segurança. Assim, as duas áreas reservadas para os manifestantes estão limitadas até a Alameda dos Estados.
O esquema de segurança vai permitir que bonecos "de mão" sejam usados pelos manifestantes. Já as estruturas de grande porte, que possam ser vistas por cima do alambrado, estão vetadas. Os grupos que tiverem os interesses atendidos no processo poderão desfilar com trio elétrico pela Esplanada dos Ministérios, mas somente depois da dispersão dos movimentos opostos.
Por segurança, pontos turísticos estão com as visitas suspensas nos próximos dias. O Congresso Nacional segue fechado para o público externo até quinta-feira (21). A Catedral Metropolitana está aberta apenas para as missas. O Palácio do Planalto só funcionará neste domingo para atividades administrativas.
O funcionamento de lojas também vai ser alterado. A orientação do Sindicato do Comércio Varejista é para que os shoppings da região central da cidade não funcionem.
Análise e votação
O relator da comissão especial do impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), sustenta em relatório haver indícios de que Dilma cometeu crime de responsabilidade ao editar decretos de crédito extraordinário sem autorização do Congresso Nacional e ao permitir a prática das chamadas “pedaladas fiscais”, que é o atraso no repasse pela União aos bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais.
A votação está prevista para começar a partir das 14h de domingo. Entre sexta e sábado, todos os 25 partidos políticos com representação na Casa tiveram direito a uma hora de pronunciamentos no plenário. Os servidores estão acessando o prédio pelo Anexo IV.
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