quarta-feira, 20 de abril de 2016

Temer recebe ex-ministros de Dilma e Lula em seu escritório em São Paulo

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) chega para reunião com Michel Temer em São Paulo (Foto: Vivian Reis/G1)O senador Romero Jucá (PMDB-RR) chega para reunião com Michel Temer em São Paulo
Eliseu Padilha e Geddel Vieira foram 'trocar ideias' com vice-presidente. Temer afirmou que aguardaria decisão do Senado para se manifestar. Ex-ministros dos governos Lula e Dilma foram ao escritório do vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) na manhã desta quarta-feira (20) no Alto de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Nesta terça, Temer afirmou que vai aguardar "silenciosa" e ''respeitosamente" a decisão do Senado sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Até as 11h, Eliseu Padilha e Moreira Franco, ex-ministros da Aviação Civil, Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e o senador Romero Jucá (PMDB), se encontraram com Temer. O vice-presidente deixou o escritório às 13h20. Em casa, após o almoço, Temer recebeu a visita do ex-ministro Delfim Netto.

Ao chegar, Eliseu Padilha afirmou que a reunião é de rotina e que espera a decisão do Senado sobre o processo de impeachment. "É uma reunião de rotina. Vamos fazer como o Michel disse: vamos esperar paciente e silenciosamente o que acontece no Senado", afirmou.

Sobre o fato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ver o processo de impeachment como golpe, Eliseu Padilha disse que era esperado. "A luta política é esperada. O melhor que podemos fazer é observar, observar, observar e definir, porque ainda vivemos processo de impeachment. Temos que raciocinar como alguém que está fora do governo. O governo tem que cumprir o seu papel, e o presidente Lula, ao que parece, fala em nome do governo", disse.

Delfim Netto riu quando foi perguntado se poderia ser chamado para ser ministro. "Eu tenho 88 anos, acha que sou maluco de aceitar um convite? Vim aqui só dar um abraço", disse Delfim. "Temer não precisa de ideias, ele tem boas ideias. Esse processo vai terminar naturalmente e o Brasil vai encontrar o seu caminho e voltar a crescer. Vencemos muitas dificuldades iguais a essa." O senador Romero Jucá indicou que as reuniões abordam composição de ministérios em umpossível futuro governo. "O governo Temer deverá ter o ministério no momento em que ele assumir. Ao assumir ele vai precisar nomear uma equipe que vai assumir com ele. O presidente Temer tem coletado informações, opiniões, visões diferentes, mesmo na área econômica", disse Jucá, que é presidente interino do PMDB.

"Ele tem conversado com diversos setores para consolidar um posicionamento inicial. Claro, na hora que ele assumir estará preparado para dar posse ao ministério que vai atuar sob seu comando. É uma espera silenciosa em sua manifestação, não é uma espera paralisante. O presidente Temer não estará paralisado. Ele está atuando com a bagagem que tem, com a experiência que tem, com a condição de jurista que tem e sabe de seus limites. Portanto, ele vai pensar, conversar, ouvir, raciocinar e só vai anunciar quando juridicamente puder fazer isso, ou seja, quando o Senado se posicionar", afirmou o senador.

Geddel disse que estava em São Paulo e que foi fazer uma visita ao vice-presidente para "trocarem ideias". Para o ex-ministro, Dilma se "vitimiza" após a Câmara aceitar o processo de impeachment contra ela.Eu acho que sobretudo à presidente Dilma tem que parar com essa história de querer se vitimizar, de denegrir a imagem do Brasil. O que a presidente Dilma tem que fazer é respeitar a Constituição e parar com essa conversa fiada de que houve golpe. Ela perdeu a maioria no Congresso. Quem consegue 100 votos em uma votação importante como essa, perdeu qualquer condição de governabilidade. O povo brasileiro precisa entender que houve sim crime de responsabilidade. Ela feriu a Constituição, feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, e a Câmara dos Deputados já se manifestou", disse.

"E esse discurso de querer se vitimizar, bancar a pobrezinha para angariar pena faz apenas para denegrir a imagem do Brasil. Não ajuda em nada, e ninguém mais vai aceitar esse tipo de discurso que o PT tenta fazer", completou.

Geddel pediu celeridade no processo. "O Brasil quer pressa, que se solucione este problema. Nós temos graves problemas na economia que só fazem se agravar. Portanto quem está querendo uma manifestação o mais rápido possível do Senado, dentro, evidentemente, do que determina a Constituição, o regimento e as condições políticas, é o povo brasileiro", disse.

O senador Romero Jucá disse que o encontro "foi uma discussão política". "Discutimos a conjuntura. A sociedade cobra uma posição rápida. Eu vim aqui fazer um relato ao vice presidente Michel Temer de como está o procedimento no Senado", disse Jucá

Além disso, discutimos o cenário nacional e internacional com muita preocupação porque a postura do governo e da presidenta Dilma no fundo está comprometendo a imagem do país. Estamos muito preocupados com o tipo de mensagem equivocada e até maléfica que está sendo passada para os setores internacionais, que não têm o detalhes dos procedimentos constitucionais no Brasil."

"Eles podem ser enganados com a tentativa da passagem de uma imagem de que há um tipo de golpe quando na verdade o que está se fazendo é julgar crimes cometidos por um governo que está hoje desacreditado perante a sociedade e jogando o país em um imenso buraco", disse Jucá.

Também na manhã desta quarta, compareceram ao escritório de Temer o consultor político Gaudêncio Torquato e o ex-controlador geral do município de São Paulo, Roberto Porto (PMDB).

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