sábado, 28 de maio de 2016

Ato contra abuso sexual estende varal com roupas sujas de sangue no Rio


Varal tem 33 roupas sujas de sangue fazendo menção aos 33 suspeitos de estupro coletivo.
Manifestação acontece em apoio a jovem vítima de estupro coletivo.
Menina de 16 anos relatou que foi abusada sexualmente por 33 homens. A orla da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, amanheceu neste sábado (28) com um ato contra abusos sexuais e em apoio a jovem, de 16 anos, que foi vítima de um estupro coletivo na Zona Oeste da cidade. A manifestação aconteceu em frente ao hotel Copacabana Palace e chamou a atenção de pessoas que passavam pelo local. A intervenção expôs um varal com 33 peças de roupas sujas de "sangue", que representavam os possíveis 33 suspeitos de terem praticado a violência contra a jovem. Além disso, a organização do ato afirmou que 130 rosas seriam distribuídas para as mulheres que passavam pelo local, representando os cerca de 130 estupros diários que acontecem no Brasil. O protesto foi promovido pela associação de defesa dos direitos humanos Somos Todos Vítimas.

O pastor e participante do projeto, Leonardo Apicelo, afirmou que a sociedade tem uma cultura machista que precisa acabar.

"A sociedade tem uma visão machista e preconceituosa que precisa acabar. Hoje a mulher ocupa todos os escalões da sociedade, não há como se negar que nós dependemos hoje delas. As mulheres conseguem índices melhores em muitas profissões e precisam ser valorizadas. Existe uma cultura machista que acaba incentivando o estupro e tantas outras coisas. A mulher é vítima de piadas como "lugar de mulher não é no volante, é na cozinha", essas coisas não fazem bem para a estima delas. Toda mulher é um ser humano e a gente tem que respeita-lá como tal", disse.

Durante a manhã deste sábado, o prefeiro Eduardo falou sobre o caso ao participar de uma inuaguração na Zona Sul do Rio. "A gente tem uma secretaria da mulher, a gente já abriu uns três centros importantes de defesa da mulher, basicamente na Zona Oeste. A gente trabalha nas áreas mais pobres da cidade onde esses casos são mais incidentes. Acho que é importante não só o trabalho de apuração da polícia, mas cada vez mais a gente ampliar esses serviços", disse o prefeito.

Na noite desta sexta (27), a Polícia Civil ouviu um jovem que diz ser responsável pela divulgação, na internet, das imagens da adolescente. Identificado como Raí de Souza, o rapaz, de 22 anos, não estava entre os suspeitos identificados até então pela polícia como envolvidos no caso.

Raí compareceu à Cidade da Polícia juntamente com Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, jogador de futebol que a adolescente disse à polícia ser seu namorado e com quem ela teria saído na noite anterior ao ocorrido. Segundo o delegado, Lucas negou namorar a garota e Raí foi quem assumiu ter tido relações sexuais com ela.

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