segunda-feira, 23 de maio de 2016

Pressão aumenta, diretor ainda balança, e Flamengo alinha mudanças

Rodrigo Caetano coletiva Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)Rodrigo Caetano está em xeque no Flamengo
Destino de Rodrigo Caetano será decidido no início desta semana, e diretoria analisa contratação de um gerente. Jogadores se reúnem em busca de ajustes.

Depois da derrota por 1 a 0 para o Grêmio, integrantes da diretoria se encontram na recepção do hotel onde o Flamengo está hospedado em Porto Alegre. Rodrigo Caetano conversa com Eduardo Bandeira de Mello e depois Fred Luz coloca a mão em seu ombro. Eles sorriem. Em seguida, Rodrigo fala com alguns jogadores que tomam café no lobby – sem abordar uma possível saída – pouco antes de deixar o local para encontrar familiares que moram na cidade. Este foi o cenário de um enredo com roteiro complicado sobre o futuro do destino do diretor de futebol. Ele será selado nesta semana, quando o presidente promete anunciar mudanças no futebol do clube que devem se estender pelo departamento.

Uma dessas mudanças pode ser a saída de Rodrigo Caetano. É grande a pressão de vice-presidentes e conselheiros pela demissão, mas a ordem na diretoria é não agir com precipitação, embora tenham sido mapeados nomes para substituí-lo. Uma das novidades nesta reformulação pode ser a contratação de um gerente de futebol, que chegaria para reforçar a estrutura do departamento atuando ao lado de um diretor. Parte da base de apoio de Bandeira defende essa medida. Neste fim de semana, Rodrigo Caetano recebeu no hotel as visitas de Newton Drummond, ex-diretor de futebol do Internacional, e de Paulo Pelaipe, ex-diretor de futebol do próprio Flamengo.

Na noite deste domingo, enquanto fervilhavam os boatos de que Rodrigo Caetano já estava demitido, o diretor dizia no hotel que voltaria ao Rio de Janeiro junto da delegação do Flamengo, na segunda. Ao mesmo tempo, outros garantiam que há chance de ele não mais ocupar o cargo até o próximo jogo da equipe – nesta quarta-feira, contra a Chapecoense em Volta Redonda.

- O ano mal começou e o clima já parece de fim de festa - disse um integrante do staff que acompanha o dia a dia do Ninho do Urubu.

Mas a ideia do Flamengo é anunciar as mudanças todas de uma vez. E como elas podem seestender ao cargo de treinador, o clube pretende aguardar um comunicado do médico pessoal de Muricy Ramalho após os exames aos quais ele será submetido nesta terça-feira. A expectativa é de que haja, então, a indicação se o técnico poderá voltar a exercer sua atividade, se precisará de mais tempo de licença ou se será convencido a encerrar a carreira.


No Flamengo cresce o número de pessoas que questionam o trabalho de Muricy Ramalho e que não veriam com maus olhos a saída do treinador – ainda que por um problema de saúde. Uma demissão está descartada, mesmo porque o contrato estabelece que, neste caso, o clube teria de pagar o valor integral do restante do contrato: cerca de R$ 8 milhões. O nome de Abel Braga já é ventilado, embora, por força de contrato, ele somente esteja apto a trabalhar no Brasil a partir de junho.

São muitos os elementos a serem cuidados para que o futebol do Flamengo entre finalmente nos eixos. E a busca por isso não está somente nos dirigentes. Na noite do último sábado, um grupo de jogadores se reuniu no hotel com integrantes da comissão técnica. O objetivo era tentar encontrar soluções, já que o diagnóstico é de muitos atletas desmotivados e abatidos pelas cobranças. Assim, cogita-se a possibilidade da saída de alguns, o que ampliaria uma reformulação tendo já em curso a principal competição da temporada.

- O clima está péssimo. Falta confiança - resumiu um funcionário do clube.

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