sexta-feira, 24 de junho de 2016

Temer diz que dá 'apoio verbal' à Lava Jato, mas não interfere em ações

Ex-ministro de Dilma e Lula, Paulo Bernardo foi preso nesta quinta.
Presidente em exercício falou à imprensa após cerimônia no Planalto. O presidente em exercício Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (23), após participar de uma cerimônia com embaixadores no Palácio do Planalto, que dá "apoio verbal” à Operação Lava Jato, mas sem interferir em ações.

Temer deu a declaração após ser questionado sobre declaração do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff não apoiou a operação. Nesta quinta-feira, O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma, Paulo Bernardo, foi preso em Brasília em um desdobramento da 18ª fase da operação.

“O que temos dito com frequência é que não haverá a menor possibilidade de interferência na Lava Jato. Pelo contrário, o que deve haver sempre é o apoio. Mas apoio verbal, não de ação”, declarou o presidente em exercício.

“Se eu produzir apoio de ação, ou seja, colocar o Executivo trabalhando nessa matéria, estaria invadindo uma competência que, na verdade, é do Judiciário e do Ministério Público, com apoio da Polícia Federal. E, pelo princípio da separação de atividades governamentais, o Executivo não deve participar dessa matéria”, acrescentou.

Lava Jato e ministros
Com cerca de 40 dias à frente do Planalto, Temer já viu três de seus ministros pedirem demissão por algum fato relacionado à Lava Jato. O primeiro a cair foi Romero Jucáque, enquanto comandava o Planejamento, teve um áudio revelado no qual ele sugeria ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (um dos delatores) um “pacto” para barrar a “sangria” da operação.

Outro ministro a pedir demissão foi Fabiano Silveira, ex-titular do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A saída dele do governo ocorreu após o Fantástico (TV Globo) exibir uma conversa, também gravada por Machado, na qual ele criticava o andamento das investigações da Lava Jato conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na semana passada, o terceiro ministro a pedir demissão foi Henrique Alves, que comandava a pasta do Turismo. ele decidiu deixar o ministério após investigadores da Lava Jato descobrirem uma suposta secreta mantida por ele na Suíça, o que o peemedebista nega.

“Sei da interinidade, mas, a esta altura, não está em pauta quem dirige o país, mas quem dirige os destinos do povo e os destinos do povo não podem ficar paralisados”, afirmou, acrescentando que, com 40 dias de governo, o Planalto produziu “feitos extraordinários”. “Basta verificar o grande apoio que temos noCongresso”, completou.Interinidade
Na declaração à imprensa nesta quinta, Temer ainda foi questionado sobre o calendário do processo de impeachment de Dilma. Aos jornalistas, ele voltou a dizer que trabalha “como se fosse presidente definitivo”.

Temer ainda citou o envio, pelo governo, ao Legislativo, da proposta que limita o aumento dos gastos públicos da União à inflação do ano anterior por 20 anos – o Executivo proporá também que os estados se adequem a essa regra.

Dívida dos municípios
Ao fim da entrevista, Temer ainda foi questionado sobre se os municípios seriam beneficiados com um acordo para negociar as dívidas com a União. “Sem dúvida, porque isso vai refletir em benefício para os municípios”, respondeu.

Em seguida, a assessoria do presidente em exercício esclareceu que o peemedebista quis quiser que os municípios serão beneficiados indiretamente em razão do acordo entre a União e os estados.

O presidente em exercício também destacou o acordo entre a União e os governadores para negociar a dívida dos estados e a aprovação, pela Câmara e pelo Senado, do projeto de lei das estatais.

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