sexta-feira, 8 de julho de 2016

Crise gera 'galerias-fantasma' em Santo Amaro

Elisete Araújo  de Lima reclama da queda nas vendas e do valor do aluguel (Foto: Reprodução/TV Globo)
Donos de estandes têm sofrido para manter as contas em dia.
Comerciante chega a buscar os clientes no meio da rua. A crise econômica que atinge o comércio está afetando com mais intensidade as galerias comerciais. O Bom Dia SP, em parceria com o G1, visitou a região do Largo Treze, em Santo Amaro, zona sul da capital, e constatou que os donos de estandes têm sofrido para manter as contas em dia. Muitos optaram por fechar seus negócios. Outros apelam para conseguir clientes.

É o caso da comerciante Carmem Nunes Freitas, que aluga um estande numa galeria da Rua Desembargador Bandeira de Melo. Como cada vez menos pessoas têm se aventurado a entrar pelos corredores do imóvel, ela leva parte da sua mercadoria para a calçada e aborda os pedestres, tentando convencê-los a visitar seu comércio: “[o movimento] caiu e muito, não tem nem comparação. A gente, com loja aqui, teve que vir pra trabalhar no meio da rua. Tem que estar pra fora, porque aí dentro da galeria ninguém vende nada”.

O movimento dentro desses pequenos centros de compras do Largo Treze caiu acima de 80% nos últimos dois anos, segundo relatos dos comerciantes à nossa reportagem. Em pleno sábado, dia de maior movimento do comércio local, a maioria dos corredores estava vazia.

Em uma das duas galerias da Rua Barão de Duprat, dos 24 estandes existentes, 21 estão fechados (87,5%). Elisete Araújo de Lima, dona de um dos três estandes ainda abertos, diz que a queda nas vendas e o alto valor do aluguel forçaram a saída dos comerciantes.

“As contas vão vencendo e eu cubro aquelas de maior prioridade, vou driblando a crise, é assim. Os aluguéis estão muito caros para o que a gente tá vendendo. Trabalho aqui há seis anos, passei muitos tempos bons, mas ultimamente as coisas vão só caindo”, desabafa. Uma das táticas adotadas por ela para atrair clientes é aproveitar o espaço dos diversos boxes fechados para expor suas mercadorias: “tá aqui olha, tudo espalhado. Por isso que estão entrando algumas pessoas. Se estivesse tudo recuado não entraria mais ninguém”, conta Elisete, que está pensando em mudar de ponto nas próximas semanas.

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