segunda-feira, 4 de julho de 2016

Focus: analistas reduzem previsão para inflação de 2016 e 2017

Relatório semanal projeta queda menor do PIB e dólar mais fraco.

A pesquisa feita semanalmente pelo Banco Central (BC) com analistas do mercado financeiro, divulgada nesta segunda-feira, reduziu a previsão para a inflação deste ano pela primeira vez após seis altas consecutivas, para 7,27%. A projeção para a taxa do ano também caiu, a 5,43%, após se manter por seis relatórios seguidos em 5,50%. O levantamento também melhorou a expectativa para o desempenho da economia este ano: recuo de 3,35% em vez de 3,44%.

A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,29% para 7,27% após seis semanas consecutivas de elevações. Se a previsão se confirmar, a taxa chegará a dezembro mais uma vez acima da meta do governo, que é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Em maio, a taxa acumulada em 12 meses foi de 9,32%. Já a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, registrou alta de 8,98% em 12 meses até junho.

Para o ano que vem, os analistas reduziram pela primeira vez a meta de inflação após mantê-la por seis semanas seguidas em 5,50%. Agora, a expectativa é que o IPCA encerre dezembro de 2017 em 5,43%. O resultado previsto está dentro do limite estipulado pelo governo, que é de 6%, já que a meta para o ano que vem também é de 4,5%, mas a margem de tolerância foi reduzida de dois pontos para 1,5 ponto para cima ou para baixo.

No relatório trimestral de inflação, divulgado na última terça-feira, o BC revisou suas projeções para este ano: aposta numa recessão um pouco menor que a anunciada antes, mas com inflação mais alta. As expectativas da autarquia são melhores que as do mercado. A previsão para a queda na atividade econômica passou de 3,6% para 3,3%. E a estimativa para o IPCA subiu de 6,6% para 6,9%. Para o ano que vem, houve recuo da perspectiva para o IPCA, de 4,9% para 4,7%, mas ainda não chegou aos 4,5% como previa a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada há três semanas.

Apesar da redução da inflação prevista para 2016 e 2017, os analistas mantiveram a taxa básica de juros inalterada frente à pesquisa anterior. Para este ano, a expectativa é que a Selic chegue a dezembro em 13,25% — um ponto percentual abaixo do patamar de 14,25% ao ano no qual é mantida desde julho do ano passado. O Focus prevê que os juros básicos fiquem em 11% no fim do próximo ano.
Os analistas ouvidos pelo BC também melhoraram a previsão para o desempenho da economia este ano. Em vez de recuo de 3,44%, eles esperam agora que a economia registre uma contração de 3,35%. Para o ano que vem, a projeção de expansão foi mantida pela terceira semana em 1%.

O dólar deve se desvalorizar mais frente ao real neste ano e no próximo, segundo o levantamento. A previsão é que a moeda americana chegue a dezembro a R$ 3,46 — no relatório anterior o câmbio estava em R$ 3,60. Para 2017, a expectativa foi reduzida em R$ 0,10, para R$ 3,70.

Na semana passada, a divisa perdeu 4,3% de seu valor frente ao real e no ano recua 18,1%. A moeda chegou a ser cotada a R$ 3,186 na quinta-feira — menor valor em 11 meses — e só ganhou força na sexta-feira, quando encerrou em alta de 0,53%, a R$ 3,23, depois da intervenção do BC no mercado de câmbio.

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