quarta-feira, 6 de julho de 2016

Produção de veículos no Brasil tem pior 1º semestre em 12 anos

Produção de veículos caiu 21,2% no 1º semestre de 2016 (Foto: Roosevelt Cassio/Reuters)
Nos primeiros 6 meses do ano, foram produzidas 1.016.680 unidades. Queda foi de 21,1%, pior resultado para o setor desde 2004.

A produção brasileira de veículos, incluindo automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus, recuou 21,2% no primeiro semestre de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta quarta-feira (6).

No total, foram produzidos 1.016.680 veículos de janeiro a junho deste ano, contra 1.289.871 no mesmo período de 2015.

O resultado para o 1º semestre foi o pior desde 2004, quando 999.716 veículos foram produzidos de janeiro a junho daquele ano.


"As festas juninas, em algumas regiões como nordeste e centro-oeste, que têm feriados, atrapalham um pouco as vendas. Se não houvesse isto, o resultado seria um pouco melhor", afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea.A queda na produção acompanha também os números de vendas de veículos, divulgados pela federação dos concessionários (Fenabrave), que mostra queda de 25% no período, o pior 1º semestre em 10 anos para comercializações de veículos .

"Mas estamos vendo uma estabilização, desde o mês passado. Parece que o mercado encontrou seu piso. Isto tem um lado positivo. A gente espera que depois do patamar venha algum crescimento", completou Megale

De acordo com o executivo, outro problema é a falta de crédito. As vendas financiadas caíram para 51,8% do total - a menor porcentagem já registrada pela Anfavea. A série histórica é registrada desde 2003 e, em média, fica acima de 60%, segundo a entidade.

"Há uma dificuldade de obtenção de financiamento, ou por parte do agente financeiro, ou uma decisão do cliente de não pegar compromissos futuros", afirmou Megale.

Produção em junho

Apesar da queda no semestre, junho somou um volume de 182.626 unidades, o segundo melhor resultado no ano, atrás apenas de março (196,5 mil). O número é 4,2% maior que o registrado em maio, e representa pequena queda de 3% ante junho do ano passado.

De acordo com a Anfavea, este também foi o pior resultado para junho desde 2004, quando 179.685 veículos foram produzidos.

Caminhões e ônibus

Mais afetado no primeiro semestre, com queda de 24,8% na produção de caminhões e 33,4% na de ônibus, o setor de veículos pesados teve leve avanço no último mês. Em junho, a produção de ônibus cresceu 22,3% sobre maio, para 1,8 mil unidades. Já os caminhões apresentaram leve alta de 4,5%, para 5,5 mil unidades.

Emprego

O número de trabalhadores empregados na indústria recuou 6,7% no último ano, o que representa um fechamento de 9,1 mil vagas. O setor empregava no final de junho 127,7 mil pessoas, voltando ao patamar de fevereiro de 2010.

Exportações

Enquanto o mercado interno segue em declínio, as montadoras instaladas no Brasil miram outros países. Em junho, houve queda de 7,5% nas exportações, em relação a maio, para 43.392 unidades.

Mas o volume dos primeiros seis meses do ano (226.645 unidades) ficou 14,2% maior que o verificado no mesmo período de 2015 (198.455 unidades). O valor somado pelas exportações caiu 12,5% no primeiro semestre.

Megale comemorou a renovação do acordo automotivo com a Argentina, até 2020, o que deve dar mais previsibilidade para as empresas. "O mercado argentino segue crescente ao contrário do Brasil, com alta de 6%, e a expectativa é que continue assim", afirmou. "A exportação é uma das variáveis que vai nos dar boas notícias até o final do ano."

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