terça-feira, 12 de julho de 2016

RJ pede que Forças Armadas fiquem no estado até o fim das eleições


Procuradoria diz que pedido leva em conta morte de 10 pré-candidatos.

Durante a Olimpíada, 21 mil homens das Forças vão ajudar no patrulhamento. O procurador Regional Eleitoral do Estado, Sidney Madruga, pediu ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que também é o procurador-geral Eleitoral, que interceda, junto ao Ministério da Defesa, para que as Forças Armadas permaneçam no estado depois dos Jogos Olímpicos até 48 horas depois do fim das eleições para garantir a segurança de eleitores e candidatos.

Madruga disse que o pedido leva em conta a morte de dez pré-candidatos, nos últimos meses, na Baixada Fluminense e cita ainda a crescente influência de milícias em comunidades do estado.

A PRE também requereu à Superintendência Regional da Polícia Federal que instaure inquérito para apurar os casos de homicídio contra os dez pré-candidatos, já que, caso sejam confirmadas as suspeitas de que os assassinatos têm ligação com crimes eleitorais, passaria a ser da Polícia Federal a atribuição para conduzir as investigações.

No documento enviado à PGR, o procurador regional eleitoral Sidney Madruga destacou a situação de calamidade pública decretada pelo Governo do Rio de Janeiro e sua consequência na política de segurança pública. Cita ainda que, segundo levantamento feito pela Assembleia Legislativa, as milícias ocupam um total 170 regiões em todo o Estado.

Simulação de patrulhamento
No último sábado (9), o Rio recebeu umasimulação do patrulhamento que será feito pelas Forças Armadas durante a Olimpíada. Cerca de mil militares participaram da operação e os carioca puderam ver um pouco de como a cidade vai ficar durante os Jogos.

Na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio, uma fragata da Marinha fazia o patrulhamento em alto mar enquanto fuzileiros navais circulavam pelas ruas e no calçadão. Homens também ocuparam as passarelas do Aterro do Flamengo e um blindado ficou posicionado em frente ao monumento aos pracinhas. Na Praça Mauá, um blindado fazia a simulação no entorno do Museu do Amanhã. Na Transolímpica inaugurada neste sábado, homens do exército, três blindados e um aerocoptero também faziam treinamento. Os participantes do teste fazem parte do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Apesar da simulação ter sido realizada, os militares ainda não têm poder de polícia porque o decreto que permite a ação das Forças Armadas nas ruas do Rio ainda não foi assinado pelo presidente em exercício, Michel Temer.

O coordenador geral de Defesa de Área, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou que os militares não substituem as forças de segurança pública. “A ideia é verificar os pontos, posicionar a tropa no terreno, que a gente chama, nas vias, testar a comunicação e controle, é lógico que qualquer coisa extra, um auto de prisão em flagrante, será feito. Nós não substituímos as forças de segurança pública, nós somamos esforços”.

Mais de 20 mil homens
Durante a Olimpíada, 21 mil homens das Forças Armadas vão ajudar no patrulhamento a partir do dia 24. A operação vai contar também com 12 navios, mais de mil viaturas, 70 blindados, além de helicópteros, embarcações e motos.

O exército vai ocupar parte da Transolímpica; um trecho da Avenida Brasil, na região de Deodoro; a Ponte Rio-Niterói; a Avenida Ayrton Senna, entre a Abelardo Bueno e o terminal Alvorada, na Barra; ao redor do Maracanã e em duas estações de trem: Magalhães Bastos e Vila Militar.

Já os fuzileiros navais vão tomar conta da Praça Mauá, da orla de Copacabana e do Aterro do Flamengo. A aeronáutica estará na região do Aeroporto do Galeão.

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