
Uma pesquisa do WWF baseada em dados do Banco Mundial indicou que, entre os 15 países que mais geram lixo plástico no mundo, o Brasil é o que menos recicla. Das 11,3 milhões de toneladas do material produzidas anualmente, apenas 1,2% — ou 145 mil toneladas — têm o destino correto. Trata-se de um índice muito inferior à média global, que é de 9%.
O país é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, atrás de EUA (que recicla 34,6% do material gerado), China (21,9%) e Índia (5,7%). A comunidade internacional despeja cerca de 10 milhões de toneladas de plástico nos oceanos por ano, uma quantidade que preencheria 23 mil Boeing 747.
Estima-se que a produção de plásticos dobre até 2030, sendo os oceanos os mais visivelmente afetados por essa poluição — haverá cerca de 26 mil garrafas de meio litro no mar a cada quilômetro quadrado. Além de contaminar a água, a presença dos resíduos plásticos causa danos a diversos habitats, como as frágeis colônias de corais, além do estrangulamento de mais de 200 espécies de animais, que ingerem os produtos.
Diretora de engajamento do WWF-Brasil, Gabriela Yamaguchi atribui a popularidade do plástico ao baixo custo de produção e à facilidade para descartá-lo.
— É um material barato, e nunca houve incentivo para que fosse substituído ou consideração ao impacto social provocado pela poluição, inclusive à nossa saúde — condena. — Não existe disposição para discutir a Política dos Resíduos Sólidos, que abordaria o manejo adequado destes produtos. Por enquanto, presenciamos apenas iniciativas isoladas, como a lei que baniu os canudos de plástico no Rio.
O levantamento do WWF enumera medidas que devem ser adotadas por todos os governos, como o estabelecimento de metas nacionais para a redução, reciclagem e controle de plástico. O poder público também deve fornecer incentivos para que indústrias e grupos da sociedade civil controlem a gestão de resíduos.
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