A OS (Organização Social) Pró-Saúde, ligada à Igreja Católica, recebeu do governo de Luiz Fernando Pezão (MDB), a partir de 2016, cerca de R$ 1,1 bilhão em contratos para gerir hospitais e unidades de pronto-atendimento no Estado do Rio de Janeiro. As informações são da coluna Informe do Dia, do jornalista Cassio Bruno, deste sábado (2).
Ainda segundo a coluna, os recursos foram repassados via Fundo Estadual de Saúde. A OS, cuja diretoria é formada por padres e cardeais, é alvo da Operação Lava Jato.
O levantamento foi realizado com base em informações do Portal Transparência do governo do Estado. Entre as unidades de saúde em que constam pagamentos, estão os hospitais Getúlio Vargas e Carlos Chagas, Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e a UPA Itaboraí.
Diretor da Pró-Saúde confessou desvios
O ex-padre Wagner Augusto Portugal, braço-direito de Dom Orani Tempesta, cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, admitiu que participava de esquema de corrupção na área da saúde do governo Sérgio Cabral e, com isso, se tornou delator premiado.
Portugal confessou participação no desvio de R$ 52 milhões dos cofres do Rio de Janeiro em contratos com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio com a organização social católica Pró-Saúde em 2013. O MPF (Ministério Público Federal) do Rio investiga se parte dessa propina ficou com sacerdotes.
O ex-padre era diretor de Relações Institucionais e de Filantropia da Pró-Saúde, frequentava o Palácio São Joaquim, residência oficial de Dom Orani, e o chamava de “você”, demonstrando, assim, intimidade, pois não usava o “eminência”. Portugal, que é apontado como um dos beneficiários do esquema, foi afastado do sacerdócio pelo Vaticano por desobediência.
Segundo as investigações, o ex-padre entrou para os negócios com a saúde pública em Belém (PA), quando atuou como arcebispo, entre 2004 e 2009, e assumiu a gestão de seis hospitais públicos paraenses.
Em nota ao R7, a Pró-Saúde diz que “a nova diretoria tomou, espontaneamente, a iniciativa de colaboar com a apuração do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, no âmbito da Operação S.O.S, divulgada em agosto do último ano. A ação está em segredo de justiça e tem resultado em importantes desdobramentos na investigação de práticas irregulares na gestão da saúde pública no Brasil.”
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