Decisão foi anunciada pelo controlador Elvis Amoroso, que questionou viagens feitas pelo autodeclarado presidente interino.
O líder do parlamento venezuelano Juan Guaidó foi inabilitado para ocupar cargos públicos durante 15 anos, anunciou nesta quinta-feira (28) a Controladoria da Venezuela.
O organismo decidiu "desativar o exercício de qualquer cargo público do cidadão (Juan Guaidó) pelo prazo máximo estabelecido na lei", declarou o controlador do governo, Elvis Amoroso, por meio da televisão estatal.
"Ele fez 91 viagens ao exterior sem a autorização da Assembleia Nacional por um montante de 570 milhões de bolívares que ele não pode justificar com seu salário como funcionário público", disse Amoroso durante uma entrevista coletiva, noticiada pelo jornal local "El Nacional".
De acordo com Amoroso, há inconsistências nas declarações financeiras de Guaidó e se presume que ele "falsificou dados de sua declaração e recebeu dinheiro de instâncias internacionais sem notificar".
Elvis Amoroso, controlador geral do regime de Maduro, durante sessão em Caracas em 2015.
O controlador-geral não explicou a data de início da proibição, mas acrescentou que Guaidó será multado. Também não foi revelado qual o valor que o líder da oposição terá que pagar à Justiça.
Logo em seguida, Guaidó questionou a validade da decisão, por não reconhecer a legitimidade de Assembleia Constituinte que nomeou o controlador. "Ele (Amoroso) não é um controlador. O Parlamento legítimo é o único que pode nomear um controlador", declarou Guaidó.
O líder da oposição afirmou que inabilitá-lo não soluciona os problemas do país. Ele disse que a decisão foi tomada para "botar medo" nos países que visitou e onde ficou hospedado.
Viagens ao exterior
O autodeclarado presidente interino Juan Guaidó esteve viajando recentemente por diferentes países da América do Sul, inclusive o Brasil, em sua campanha para fortalecer o apoio contra o regime de Nicolás Maduro.
Juan Guaidó em Caracas, no dia de sua volta à Venezuela, na segunda-feira (4).
Guaidó saiu da Venezuela no dia 23 de fevereiro para participar de uma tentativa frustrada de envio de ajuda humanitária de países que o apoiam, como Estados Unidos e Brasil. Na época, ele tinha sido proibido pelo Tribunal Supremo de Justiça de deixar o país. Sob risco de ser preso, ele retornou no início de março.
Na quarta-feira (27), a esposa de Guaidó, Fabiana Rosales, se encontrou com Donald Trump e afirmou que o país enfrenta uma grave crise econômica e política. Ela afirmou que o chefe de gabinete de seu marido e familiares foram detidos, em uma tentativa de desestabilizar Guaidó.
Presidente dos EUA, Donald Trump, encontrou Fabiana Rosales, mulher do autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
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