domingo, 10 de novembro de 2019

BOLÍVIA: Pressionado por protestos, Evo Morales decide convocar novas eleições.

Mais cedo, OEA afirmou que houve irregularidades na eleição de 20 de outubro, que vem sendo alvo de protestos da oposição.

Evo Morales, pouco antes de anunciar as novas eleições, em 10 de novembro de 2019 — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na manhã deste domingo (10) que decidiu renovar os membros do Tribunal Superior Eleitoral e convocar novas eleições.
O anúncio veio logo depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que houve irregularidades na eleição presidencial do dia 20 de outubro, quando Evo foi reeleito em primeiro turno, e recomendou que uma nova votação seja feita.

Morales venceu as eleições realizadas em 20 de outubro –na contagem final, ele teve 47,07% dos votos, e Carlos Mesa, o segundo colocado, 36,51%. Como é uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, o atual presidente foi reeleito em primeiro turno.

O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 30 de outubro, a Bolívia e a OEA concordaram em realizar uma auditoria.

Em seu comunicado, a OEA diz: "A equipe de auditores não pôde validar o resultado da presente eleição, e recomenda um outro processo eleitoral. Qualquer futuro processo deverá contar com novas autoridades eleitorais para poder levar a cabo eleições confiáveis."

Neste domingo, Carlos Mesa disse que Evo não deveria ser candidato nas próximas eleições. ''Evo Morales não pode presidir o processo eleitoral, nem ser candidato", afirmou. O líder opositor pediu um acordo nacional, com a participação de políticos e cidadãos, e disse que no próximo processo eleitoral, se Evo "ainda tem um pingo de patriotismo, deve ficar de lado".

Outro líder da oposição, Fernando Camacho, disse que a auditoria da OEA mostra que houve fraude e que, portanto, Evo precisa renunciar.

Motim policial

Na sexta (8) e no sábado (9) policiais bolivianos se amotinaram. O governo respondeu com um comunicado no qual denunciava um plano de golpe de estado.

O Ministério de Relações Exteriores afirma que “os últimos acontecimentos põem em evidência a implementação de um plano de golpe de estado provocado por grupos cívicos radicais”.

Os policiais dos estados de Cochabamba, Sucre e Santa Cruz foram os que iniciaram os motins. Na capital La Paz, a rebelião começou no sábado (9).

Os grupos se recusam a reprimir as manifestações contra Morales para um quarto mandato consecutivo após eleições contestadas por opositores.

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