quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Após 10 anos de ganhos, salário médio do brasileiro cai em dezembro

No mês passado, o rendimento real habitual foi de R$ 2.235,50, segundo o IBGE.
























A soma dos salários de todos os trabalhadores chegou a R$ 53,6 bilhões, a primeira retração anual da 
série.

Após dez anos de ganhos anuais sucessivos, a média anual do rendimento real da população ocupada (R$ 2.265,09) registrou perda de 3,7% em relação a 2014, tendo sido, portanto, a primeira queda desde 2005, de acordo com o IBGE

Este resultado ficou 1,4% maior que o verificado em novembro (2.204,52) e 5,8% abaixo do apurado em dezembro de 2014 (R$ 2.373,02). Regionalmente, na análise mensal, o rendimento caiu em Belo Horizonte (-3,0%) e Salvador (-0,9%), e apresentou elevação em Recife (2,9%), São Paulo (2,7%), Rio de Janeiro (1,4%) e Porto Alegre (0,9%).

Frente a dezembro de 2014, o quadro foi de queda em todas as regiões, sendo a maior observada em Salvador (-10,9%) e a menor em Recife (-3,5%). Na comparação de 2015 em relação a 2003, houve aumento de 28,4% no rendimento de trabalho da população ocupada, o que representou um ganho de cerca de R$ 501,25.

A média anual da massa de rendimento real mensal habitual para 2015 foi estimada em R$ 53,6 bilhões, apresentando a primeira retração anual na série (-5,3%). Na comparação com 2003, entretanto, houve aumento de 59,2%.

A PME (Pesquisa Mensal de Emprego) é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Sem-carteira e empregadores apresentam as maiores perdas no rendimento

De 2014 para 2015, o rendimento retraiu em todas as formas de inserção: empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (-3,3%), empregados sem carteira no setor privado (-5,1%), militares ou funcionários públicos estatutários (-1,8%), trabalhadores por conta própria (-4,1%) e empregadores (-6,2%).

O movimento de queda também foi generalizado quando se observava a desagregação por grupamentos de atividade. A construção (-5,2%), o comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (-5,6%), os serviços prestados às empresas (-5,1%) e a indústria (-4,2%) tiveram as principais quedas em 2015.

Contudo, frente a 2003, prevaleceram os ganhos reais em todos os grupamentos, sobretudo naqueles com os menores rendimentos: construção (51,1%) e serviços domésticos (67,9%).

Pretos ou pardos ganham o equivalente a 59,2% do rendimento de brancos

A pesquisa apontou disparidades entre os rendimentos de homens e mulheres e, também, entre brancos e pretos ou pardos. Em 2015, em média, as mulheres ganhavam em torno de 75,4% do rendimento recebido pelos homens, o que representou uma expansão de 1,2 p.p. frente a 2014 (74,2%). A menor proporção foi registrada em 2007 (70,5%).

O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda, de 2003 para 2015, cresceu 52,6%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 25,0%. Contudo, mesmo com esse expressivo crescimento em 13 anos, os ocupados de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2015, 59,2% do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. Destaca-se que, em 2003 essa proporção não chegava à metade (48,4%).

A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em R$ 52,5 bilhões em dezembro de 2015 e ficou 1,6% maior que a estimada em novembro. Na comparação anual, esta estimativa recuou 8,5%.

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