terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Flu estuda cobrar R$ 45 milhões em resposta a processo da Unimed

Ainda não notificado de ação, na qual ex-patrocinadora pede indenização de R$ 21 milhões por venda de cinco atletas, Tricolor alega prejuízo pelo fim de parceria.

A relação terminou em 10 de dezembro de 2014, porém, os caminhos de Unimed e Fluminense ainda se cruzam. Depois de desentendimentos gerados pelo rompimento unilateral da ex-patrocinadora e a iminente disputa eleitoral ao final do ano, na qual Celso Barros, presidente da empresa, possível candidato, as partes vão abrir novo embate na Justiça. Em resposta ao processo no qual a cooperativa de médicos cobra R$ 21 milhões pela venda de cinco jogadores, o Tricolor pedirá mais do que o dobro. Há o entendimento nas Laranjeiras de que, com a necessidade de assumir os vencimentos de atletas até então pagos pelo antigo parceiro, o clube foi prejudicado. A conta que embasaria a ação é de aproximadamente R$ 45 milhões. 

São três os processos na 24ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Neles, a Unimed Participações e Investimentos SA (empresa criada para investir em jogadores) entende ter direito de receber percentuais pela negociação de Rafael Sobis, Wagner, Thiago Neves e Digão. Os atletas, antes das vendas, foram comprados com dinheiro da Unimed, que ficou com partes dos direitos deles. Wellington Silva, único que ainda permanece no clube, entra na lista pois renovou contrato na semana passada - foi adquirido em 2013 do Resende e do Flamengo. Na mesma lógica. 

- A ação é para garantir o direito da Unimed Participações perante o associado, não ser lesado pelo clube. O total é de R$ 21 milhões. Não posso, independentemente de ser torcedor, abrir mão de algo que antecipamos para o Fluminense. Eles vendem e não honram os compromissos assinados. É um negócio dramático. Temos documentos assinados pelo presidente (do Flu, Peter Siemsen) dizendo quanto por cento temos dos jogadores. Eles queriam contratar sem pagar nada e agora fazem essa graça. Temos esses documentos para apresentar à Justiça - explica Celso Barros, presidente da Unimed. 

O Fluminense não foi notificado dos processos, ainda em fase inicial. Porém, recebeu dois comunicados da Unimed. Extrajudicialmente, a empresa avisou o clube do que julga ter direito. Primeiro, apresentou pedido de R$ 97 milhões. Posteriormente, ao corrigir o valor, reivindicou R$ 25 milhões. Os processos pedem a conversão ao real na atual cotação do euro (1 euro vale R$ 4,37). O Tricolor entende que deve ser na cotação da época de cada negociação. Neste caso, o valor baixaria a R$ 6 milhões.
Celso Barros Eleição Fluminense (Foto: Edgard Maciel)Celso Barros deve ser candidato à eleição presidencial do Fluminense em 2016.


Ainda não fomos citados na ação judicial. Na verdade, havíamos sido notificados extrajudicialmente por eles anteriormente, com uma cobrança absurda de R$ 90 milhões. Agora, pela entrevista do doutor Celso, parece que a cobrança será de R$ 21 milhões. Entendemos do lado de cá que, pela forma como a Unimed saiu no final de 2014, houve enormes prejuízos ao Fluminense. Não vamos ficar debatendo isso pela imprensa por não ser o foro adequado e por trazer transtornos ao clube no início de temporada. Iremos à Justiça cobrar estes prejuízos causados - comenta Mario Bittencourt, vice de futebol e advogado do clube. 

Depois que a Unimed encerrou a parceria, o Flu teve de negociar com Fred, Wagner, Jean, Cícero, Diego Cavalieri e Gum. Todos tiveram atrasos no pagamento de direitos de imagem, feitos pela empresa. Permaneceram, após negociação com o clube, que manteve os valores. É aí que entra o entendimento do prejuízo: à exceção do goleiro e do zagueiro, todos tinham contrato em vigor. Com término além do encerramento da parceria. O custo com eles será de aproximadamente R$ 45 milhões.   

A tendência é de que o caso se arraste nos tribunais. E que ganhe novos nomes. Como Conca (negociado com Shanghai Dongya, da China) e Jean (em vias de sair do Flu). 

- O caso do Conca foi uma grande sacanagem que fizeram conosco. Perdemos o contrato de imagem com ele e começamos a discutir como iríamos fazer. Atrasamos duas ou três parcelas e eles resolveram vender o Conca. O jogador valia muito mais do que aquele valor. Não querem vender o Jean. Parece que o Palmeiras ofereceu R$ 4,5 milhões e a Unimed teria direito a 75% do valor. Lutamos para trazer o atleta, pagamos e agora fazem essa sacanagem. É duro. Esses caras são muito safados - diz Celso Barros.

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