sábado, 30 de janeiro de 2016

Lula rebate críticas de Alckmin e cita desvios no Metrô e na merenda em SP

Governador afirmou pela manhã que 'Lula é o retrato do 'PT'.
Ex-presidente criticou ainda a atuação da imprensa.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu na tarde deste sábado (30), por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, as críticas feitas pela manhã pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou que "Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção” (veja no vídeo acima).

A assessoria de imprensa do Instituto Lula citou na resposta os desvios no Metrô e na compra de merenda escolar e reforçou que o apartamento triplex no Guarujá, alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo e da Operação Lava Jato, nunca foi de propriedade do ex-presidente.

"Seria mais proveitoso para a população de São Paulo se a imprensa perguntasse e o governador explicasse os desvios nas obras do metrô e na merenda escolar, a violência contra os estudantes e os números maquiados de homicídios no estado, ao invés de tentar desviar a atenção para um apartamento que não é e nunca foi de Lula", disse o instituto, por meio de nota.

Mais cedo, Alckmin tinha afirmado que Lula "é o Partido dos Trabalhadores". "O Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites”.

Alckmin disse ainda considerar "triste" o atual cenário envolvendo o nome do ex-presidente. “É muito triste o que nós estamos vendo, e o que a sociedade espera é que seja apurado com rigor e que se faça justiça", disse. As afirmações foram feitas em evento em que Alckmin entregou novos veículos para as polícias Civil e Militar de São Paulo.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também criticou o governador tucano e afirmou que, em vez de atacar Lula, "Alckmin deveria cuidar do seu governo, que está tirando comida da boca das crianças”. A declaração seria uma alusão ao recente escândalo de fraude na compra de merenda que atinge prefeituras e o governo de São Paulo.

Merenda
Alckmin também comentou as denúncias de fraude na compra de merenda escolar. Ele falou em "rigor ético" ao se referir ao ex-secretário da Educação, Herman Woorvard, e ao deputado federal Duarte Nogueira, ex-secretário da Agricultura e atual titular da pasta de Logística e Transportes.

A investigação interceptou os telefones de funcionários e lobistas ligados à Coaf. E levantou indícios de que o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, recebeu propina e até um freezer de presente para ajudar a cooperativa em um contrato com a Secretaria Estadual da Educação.Em depoimento de delação premiada, o ex-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Cássio Chebabi, falou sobre o pagamento de propina a políticos e funcionários de diversas prefeituras e do governo do estado. Ele declarou que teria que ser paga comissão de 10% para certas autoridades, sendo elas: deputado estadual Fernando Capez e Duarte Nogueira.
"Conheço o doutor Herman Woorvald há décadas. Luterano. Absoluto rigor de natureza ética. Da mesma forma o secretário Duarte Nogueira. Queremos apuração absoluta para quem tiver culpa responder criminal e judicialmente".

Investigação
A ex-dona de um depósito de material de construção no interior de São Paulo disse que a construtora Odebrecht, uma das investigadas na Operação Lava Jato, pagou os itens usados na reforma de um sítio no interior de São Paulo usado pelo ex-presidente Lula e por parentes dele.

As obras teriam começado em 2010, quando Lula ainda era presidente da República. O sítio fica no meio de uma mata, em Atibaia, interior de São Paulo. Tem mais de 170 mil metros quadrados, piscina e até um lago.

A TV Globo conseguiu no cartório de imóveis a certidão de matrícula que comprova que os donos da propriedade são Fernando Bittar e Jonas Suassuna, os dois sócios de Fábio Luís da Silva, filho do ex-presidente.

O Instituto Lula declarou que, desde que encerrou o segundo mandato, em 2011, o ex-presidente frequenta, em dias de descanso, um sítio de propriedade de amigos em Atibaia.

Segundo o instituto, embora isso diga respeito à esfera pessoal e privada, é fato tornado público pela imprensa já há bastante tempo.

De acordo com o instituto, a tentativa de associar Lula a supostos atos ilícitos tem o objetivo de macular a imagem do ex-presidente.

A construtora Odebrecht informou em nota que não identificou nenhuma relação com a obra.

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