sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Executivos da Andrade Gutierrez deixam a cadeia com tornozeleiras

Elton Negrão e Otávio de Azevedo vão cumprir prisão domiciliar.
Os dois executivos foram soltos por causa de delação.

Os executivos da Andrade Gutierrez Elton Negrão de Azevedo e Otávio Marques de Azevedo, réus em processo da Operação Lava Jato, foram soltos pouco antes das 19h desta sexta-feira (5). O G1 apurou que eles assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral do República (PGR), mas os termos ainda não foram homologados pela Justiça.

Eles estavam presos no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. De lá, seguiram para a Justiça Federal, onde colocaram a tornozeleira eletrônica e foram liberados no início da noite. A PGR e o Supremo Tribunal Federal (STF) não confirmam a assinatura do acordo.

Os dois são acusados dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, e haviam sido presos na 14ª fase da Lava Jato. Eles estavam presos no Paraná desde junho de 2015 e passam, agora, do regime de prisão preventiva para prisão domiciliar.

Mais cedo, o juiz Sérgio Moro suspendeu o prazo das alegações finais no processo que envolve a Andrade Gutierrez. A justificativa do juiz é a existência de um "fato relevante superveniente", ou seja, um fato que surgiu depois do processo em andamento. Moro não explicou qual seria este novo episódio.

No despacho, Moro pede para que o MPF, defesas e assistente de acusação sejam intimados. Ele ainda diz que, depois, decidirá sobre a melhor forma para retomar o processo.

A apresentação das alegações finais é o último trâmite da ação penal antes da sentença do juiz. No fim de janeiro, o MPF apresentou as alegações pedindo a condenação de 11 pessoas, dentre elas executivos da empreiteira, e a absolvição de duas pessoas que haviam sido denunciadas.

Acordo de leniência
Em novembro do ano passado, Andrade Gutierrez fechou um acordo de leniênciacom a Procuradoria-Geral da República (PGR). A empreiteira terá que pagar uma multa civil de R$ 1 billhão para ressarcir o prejuízo da Petrobras.

Outra suspensão
Nesta mesma semana, na terça (2), o juiz determinou a suspensão do prazo para as alegações finais da defesa na ação penal que envolve a empreiteira Odebrecht, que também foi investigada na 14ª fase da Lava Jato.

No caso da Odebrecht, a decisão foi tomada porque, conforme Moro, a Justiça da Suíça considerou irregular o procedimento de envio ao Brasil de informações sobre contas da empresa que teriam sido usadas para pagamento de propina a diretores da Petrobras.

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