quarta-feira, 16 de março de 2016

Após escândalos, Fifa pede R$ 20 milhões de indenização a brasileiros;

Entidade alega que ações de José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, ex-presidentes da CBF, abusaram de suas funções para enriquecimento próprio.
Marin, Del Nero e Kalil reunião CBF (Foto: Thales Soares)Fifa entende que ações de Marin e Del Nero prejudicaram imagem da entidade.
A Fifa lançou nesta semana uma ofensiva judicial para tentar recuperar dinheiro e credibilidade. Em comunicado para a Justiça dos EUA, a Fifa declarou-se vítima do escândalo de corrupção que levou para a cadeia dezenas de cartolas da Conmebol e da Concacaf. A Fifa pede para receber uma parte - não especificada - dos US$ 190 (R$ 725 milhões) milhões recuperados pelas autoridades americanas nesta investigação.

Em outra frente, a Fifa também cobra US$ 28 milhões (R$ 106,75 milhões) dos dirigentes envolvidos neste escândalo. A entidade quer que os cartolas devolvam tudo o que receberam entre salários, passagens, hospedagens e diárias entre 2004 e 2015. Nesta lista, estão os três últimos presidentes da CBF.

A Fifa quer que Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero lhe devolvam US$ 5,3 milhões (quase R$ 20 milhões). Segundo documento tornado público pela entidade, Teixeira teria que devolver US$ 3.514.025 (R$ 13,2 milhões), Marco Polo Del Nero outros US$ 1.673.171 (R$ 6,3 milhões) e José Maria Marin mais US$ 114.507 (R$ 430 mil).
Presidente da CBF entre 1989 e 2012, Teixeira ocupou um assento no Comitê Executivo da Fifa entre 1994 e 2012, quando foi substituído por Marco Polo Del Nero. Em 2015, acossado por denúncias de corrupção, Del Nero deixou o cargo e foi substituído por Fernando Sarney. Marin nunca foi do Comitê Executivo da Fifa, mas foi presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.


Os três brasileiros foram indiciados pelas autoridades americanas, acusados de pedir, receber e distribuir propinas em contratos da CBF e da Conmebol. Marin está em prisão domiciliar em Nova York enquanto aguarda julgamento. Del Nero e Teixeira não saem do Brasil. Ao se posicionar como vítima, a Fifa tenta emplacar uma versão de que os cartolas agiram para "encher seus bolsos" e "prejudicar a entidade".
- Os réus abusaram de seus cargos de confiança na Fifa e causaram prejuízo grave e duradouro para o futebol. O dinheiro que embolsaram pertencia ao futebol e estamos determinados a obtê-lo de volta, não importa quanto tempo levar - disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em comunicado distribuído pela entidade.
Alguns dirigentes que viraram réus após o escândalo de corrupção que atingiu a Fifa em maio do ano passado também foram citados, casos de Chuck Blazer (US$ 5.374.148 - ou R$ 20,22 milhões), Jack Warner (US$ 4,5 milhões - ou R$ 16,8 milhões) e Jeffrey Webb (US$ 2,016,205 - ou R$ 7,6 milhões). 

No documento em que pede a indenização aos réus, enviado às autoridades dos Estados Unidos, país onde ocorre a investigação, a Fifa protesta contra os danos causados à entidade e usa palavras fortes contra os dirigentes.
- Durante muitos anos, os réus grosseiramente abusaram de seus cargos de confiança para enriquecerem-se, enquanto causavam danos diretos e significativo para a Fifa. Os prejuízos incluem grandes perdas financeiras (incluindo, mas não se limitando a perdas de salários e/ou benefícios pagos aos réus), bem como danos à reputação da Fifa, a propriedade intelectual e as relações de seus negócios. 
Em seguida, a entidade, que também tenta dessa forma se desvincular dos recentes escândalos de corrupção, diz que os prejuízos causados pelos réus atingem a casa das dezenas de milhões de dólares.  O dano causado pela ganância dos acusados não pode ser subestimada. Suas ações mancharam profundamente a marca da Fifa e prejudicaram a capacidade da Fifa de usar seus recursos para realizar ações positivas em todo o mundo.
O comunicado da Fifa também acusa a África do Sul de ter subornado Chuck Blazer e Jack Warner,  e um terceiro nome' em troca de seus votos durante a eleição para a sede da Copa do Mundo de 2010. A Fifa também acusa Marrocos de tentar subornar Warner em troca de seu voto no país como seda da Copa de 1998. 
- É evidente que vários membros do Comitê Executivo da Fifa abusaram de suas posições e venderam seus votos em várias ocasiões - diz o documento tornado público pela Fifa nesta quarta-feira.




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