Ex-presidente foi um dos alvos de condução da 24ª fase da Lava Jato. Depoimento do ex-presidente Lula foi divulgado nesta segunda-feira (14).
O ex-presidente Lula em encontro com sindicalistas e membros do PT em São Paulo após ser alvo da 24ª fase da Lava Jato (Foto: Nelson Almeida/AFP)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que será candidato à Presidência da República em 2018 e que espera que alguém lhe peça desculpas após a conclusão das investigações.
Nesta segunda-feira (14), a Justiça Federal colocou em seu sistema a transcrição das declarações de Lula aos delegados da PF no dia 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da operação, da qual o ex-presidente é um dos alvos. O depoimento ocorreu no aeroporto de Congonhas, na capital paulista, e durou mais de três horas.
O ex-presidente nega as acusações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela PF no âmbito da Lava Jato. Também comenta e nega as acusações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre sua ligação com o triplex no Guarujá e ataca os promotores.
A vigêsima quarta fase da Operação Lava Jato investiga a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e familiares com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras.
O MPF e a PF dizem ter encontrado indícios de que Lula recebeu vantagens indevidas, como um apartamento e reformas em imóveis, além de doações e pagamentos por palestras via Instituto Lula e a empresa Lils Palestras, que pertence ao ex-presidente. A ligação de Lula com o apartamento é investigada pelo MP-SP e também pelo MPF. Na Justiça de São Paulo, Lula foi denunciado, na última quarta-feira (9), pelos crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, além de ter um pedido de prisão que ainda está sendo analisado.
O MPF apura se os apartamentos do Solaris foram usados para lavar dinheiro de propina no esquema de corrupção na Petrobras.
Porque tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do triplex que foi uma sacanagem homérica, inventa história de triplex, inventa a história de uma off-shore do Panamá que veio pra cá, que tinha vendido o prédio, toda uma história pra tentar me ligar à Lava Jato".
Supremo
No dia em que Lula foi levado para prestar depoimento, a defesa do ex-presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das investigações relacionadas a ele dentro da Operação Lava Jato, mas a ministra Rosa Weber negou pedido.
Os advogados alegaram que a condução coercitiva do ex-presidente foi desnecessária porque Lula já havia prestado depoimento à PF em inquérito que corre em Brasília e que não havia nenhuma base para presumir que, regularmente notificado, não iria repetir um ato de cuja realização não relutara.
À época, por meio de nota oficial, o Instituto Lula afirmou que a ação da Polícia Federal que realizou buscas na casa do ex-presidente e a condução coercitiva foi "arbitrária, ilegal e injustificável".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui