terça-feira, 12 de abril de 2016

Alunas do Colégio Pedro II denunciam abuso sexual

Alunas do Colégio Pedro II denunciam abuso sexual
Casos ocorridos em unidade do Humaitá são relatados em carta aberta. Alunas do Colégio Pedro II (campus Humaitá II) foram às ruas e às redes sociais denunciar casos de assédio e abuso sexual dentro da escola. Numa carta aberta à comunidade, publicada na quarta-feira passada na página do grêmio estudantil no Facebook, as jovens relatam atos de violência cometidos por estudantes e professores. De acordo com as jovens, o estopim da manifestação foi o caso de um aluno do 9º ano — hoje maior de idade — que, de acordo com as estudantes, desde o 7º ano vinha importunando as colegas de turma.

— Ele tinha como prática trancar colegas na sala e se esfregar nelas. Mandava mensagens de cunho sexual e, muitas vezes, foi fisicamente agressivo. Descobrimos que a solução desse caso seria a transferência dele para outro campus, o que consideramos absurdo, porque isso iria apenas acobertar o caso, não resolvê-lo — diz a estudante, acrescentando que alguns pais procuraram o Ministério Público.

As alunas se queixam de que as denúncias à direção da instituição são minimizadas ou ignoradas. A escola, por sua vez, negou a omissão e rebateu as acusações com uma carta, publicada no site do colégio, garantindo que todos os casos que chegam ao conhecimento da direção são apurados.

Para divulgar as histórias e pedir maior rigor na apuração, as estudantes da Frente de Mulheres do Grêmio Marcos Nonato da Fonseca decidiram protestar. No dia 7, alunas ocuparam o pátio da escola para fazer uma “roda de denúncias". Vestidas com o uniforme, muitas colaram adesivos com frases contra o machismo nas blusas e mochilas. Depois do encontro, elas saíram pela Rua Humaitá em passeata.

ESTUDANTE AFASTADO

No dia seguinte, o reitor do Pedro II, Oscar Halac, solicitou que a unidade preparasse os documentos do aluno do 9º ano, e o mesmo foi convidado a se retirar — a decisão foi comunicada ao Conselho Tutelar, à Delegacia de Mulheres e à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

A carta das jovens conta outros casos. “Um aluno do Ensino Médio levou uma aluna do 8º ano para matar aula e a embebedou. Ao acordar, a menina notou sinais claros de abuso sexual. O aluno é conhecido por abrir botões do uniforme das meninas enquanto elas cochilam no colégio ou no ônibus". Mais grave ainda são as denúncias que envolvem professores, diz a carta.

— A escola diz que só age se tivermos um boletim de ocorrência. Não dão importância às denúncias — reclamou a estudante.

A direção do campus Humaitá II diz que “se solidariza com todos aqueles que são vítimas de quaisquer tipos de assédios, ofensas, intolerâncias e sempre esteve — e estará — de portas abertas para receber os estudantes que sentirem-se ameaçados em seus direitos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui