terça-feira, 12 de abril de 2016

'Há evidência de pagamento de mais de R$ 5 mi a Gim', diz MPF

O Ministério Público Federal afirma, no âmbito da 28ª fase da Lava Jato, que foram colhidas evidências do "pagamento de propina a Gim Argello pelas empreiteiras UTC Engenharia (R$ 5.000.000,00) e OAS (R$ 350.000,00)". Segundo o MPF, também estão sob investigação pedidos de propina dirigidos a outras empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção que é investigado na Petrobras.

Entre as provas colhidas, estão mensagens apreendidas "no telefone celular do executivo do Grupo OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, apreendido na 7ª Fase da Operação Lava Jato". Os investigadores acreditam que, entre as mensagens, foram encontradas algumas relacionadas a Gim Argello.

"Em mensagem enviada em 14/05/2014 (data da instalação da CPI da Petrobras no Senado) a executivos do Grupo OAS, Léo Pinheiro solicita que seja feito pagamento no valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais) para a conta bancária de uma paróquia do Distrito Federal, apontando como centro de custo a “Obra da Renest” (referência à RNEST, refinaria da Petrobras)".

Nas mensagens, segundo o Ministério Público Federal, o pagamento à paróquia é associado a pessoa de alcunha “Alcoólico”. "A identificação de 'Alcoólico' como sendo Gim Argello, num trocadilho com a bebida 'Gim', foi evidenciada em troca de mensagens de Léo Pinheiro com Otávio Marques de Azevedo, presidente do Grupo Andrade Gutierrez, outra das empreiteiras envolvidas no pagamento de propinas a agentes da Petrobras", explica o MPF.



Para o Ministério Público Federal, Gim Argello é frequentador da paróquia e manteve contatos frequentes com executivos da OAS por meio de ligações e encontros pessoais no período de funcionamento da CPI da Petrobras no Senado e da CPMI da Petrobras.



"O pagamento de R$ 350.000,00 à paróquia foi efetivamente realizado em 19/05/2014, como demonstram as mensagens posteriores no celular de Léo Pinheiro e as informações fiscais da Construtora OAS. Em contrapartida, não houve convocação de Léo Pinheiro para prestar depoimento nas referidas comissões parlamentares. Não há indicativo de que a paróquia tenha participado do ilícito ou de que tivesse conhecimento da origem ilícita dos valores", afirma o MPF em texto divulgado nesta terça (12).

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