sexta-feira, 15 de abril de 2016

Cristo Redentor e Maracanã podem ser alvos de terrorismo durante as Olimpíadas, diz especialista

Cukier ressalta que o Estado Islâmico vem cometendo atentados em diversas localidades do mundo — e não apenas nos Estados Unidos e na Europa
Para Heni Cukier, evento fornece um "palco de destaque e uma plateia grande" aos extremistas. A ameaça ao Brasil publicada na conta no Twitter do terrorista do Estado Islâmico Maxime Hauchard gerou reações diversas. Apesar de alguns internautas jurarem se tratar de uma mentira, para o cientista político e professor de Relações Internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Heni Ozi Cukier, nosso País está “com certeza” no radar dos extremistas.

Para o especialista, a realização das Olimpíadas — um dos maiores eventos esportivos do mundo — em solo nacional fará com que o Brasil esteja no centro das atenções do mundo inteiro, o que oferece para os terroristas exatamente o que eles desejam: um palco de destaque e uma plateia grande.

Com isso, na avaliação de Cukier, os principais alvos dos extremistas são alguns dos mais tradicionais pontos turísticos do Rio de Janeiro — cidade que irá sediar os jogos a partir de agosto.

— Os locais onde vão haver eventos esportivos podem ser alvos. Estádios de futebol, como o Maracanã, tem uma maior concentração de pessoas. Mas, do ponto de vista simbólico, o Cristo Redentor é o mais forte.

A segurança do evento também ficou comprometida com a crise econômica e a crise política, que fizeram com que as atenções se desviassem do planejamento das Olimpíadas, segundo Cukier. Prova disso foi o recente anúncio de que o Governo do Rio de Janeiro vai cortar cerca de $500 milhões de seu orçamento de segurança para este ano.

Outro fator de risco diz respeito ao cenário global do terrorismo, que, para o especialista, mudou consideravelmente desde a realização da Copa do Mundo de 2014 — outro grande evento esportivo sediado pelo Brasil.

Cukier ressalta que, diferente da Al Qaeda, responsável pelos atentados às Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2011, o Estado Islâmico vem cometendo atentados em diversas localidades do mundo — e não apenas nos Estados Unidos e na Europa — o que reforça a tese de que o País possa ser o próximo alvo das “práticas sanguinárias” dos terroristas.

Levando tudo isso em consideração, o cenário que temos mostra que o País hoje não está preparado para sediar Olimpíadas, de acordo com o cientista político.

— O Brasil já tem falhas de segurança muito graves, e a ameaça terrorista é muito mais sofisticada do que o crime organizado. O combate ao terrorismo envolve múltiplas agências de segurança, trocas de informações, monitoramento constante de grupos. Não conseguimos lidar sequer com problemas mais simples, como vamos lidar com esse tipo de ameaça?

Por fim, Cukier ressalta que ações afirmativas do governo, como reforçar o controle de fronteira, atuar no intercâmbio de segurança com outros países e destinar mais recursos para a área da segurança são fundamentais para evitar tragédias. No entanto, ele alerta que a ajuda da população no combate ao terrorismo também é fundamental para prevenir potenciais atentados.

— A sociedade brasileira precisa incorporar esse risco e estar atento a ele. Essas movimentações acontecem às margens da população. Os indícios, dicas e revelações que podem ajudar a polícia vêm das pessoas.

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