sexta-feira, 1 de abril de 2016

PT tem espião na Lava Jato. Incêndio no escritório de doleiro era para destruir provas do caso Celso Daniel







Lula tinha medo de Celso Daniel, que não concordava com desvios
do PT na prefeitura de Santo André

A Polícia Federal precisa identificar com urgência o elemento infiltrado que está vazando informações à pessoas ligadas ao PT. Um fato ocorrido na véspera da deflagração da 27ª fase da Operação Lava Jato realça a gravidade destas suspeitas: o incêndio criminoso que atingiu o escritório de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef.


A 27ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbono 14, deflagrada neste 1º de abril, tinha como alvo principal o empresário Ronan Maria Pinto, apontado por ter recebido R$ 6 milhões do esquema de corrupção da Petrobras. Com base em depoimentos prestados na Lava Jato e também em informações prestadas pelo publicitário Marcos Valério à PGR, o juiz Sérgio Moro suspeita que o dinheiro repasse ao empresário serviu para comprar seu silêncio sobre o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito da cidade paulista.

Leia abaixo o treco do despacho em que o próprio juiz Sérgio Moro aponta as suspeitas:

"Já Ronan Maria Pinto foi, como adiantado, condenado criminalmente, sem trânsito em julgado, por sentença da 1ª Vara Criminal de Santo André no processo 00587-80.2002.8.26.0554, por crimes de extorsão e corrupção ativa, em continuidade delitiva, no aludido esquema de corrupção e extorsão na Prefeitura de Santo André (evento 7, comp39). É ainda possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave".

Um documento que liga Ronan Maria Pinto a Marcos Valério e Mensalão foi apreendido em 2014 numa operação da Polícia Federal no escritório incendiado de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. O documento comprova o repasse informado por Marcos Valério a Ronan Maria Pinto exatamente no valor de R$ 6 milhões. Valério informou à Procuradoria Geral da República que o repasse seria para comprar o silêncio do empresário, que ameaçava denunciar a participação de Lula, José Dirceu e outros integrantes do PT na morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Outra coincidência foi o fato da defesa de José Dirceu também ter protocolado um pedido na véspera da Operação, quinta-feira (31), para que a Justiça autorize sua ida a um hospital particular de Curitiba. O atestado foi assinado por um médico de Brasília, onde afirma que Dirceu se queixava de "dor de cabeça há mais de 20 dias"

O juiz Sergio Moro considera o fato como muito grave e confirmou que "é possível" que a morte do prefeito Celso Daniel, em 2002, tenha relação com o esquema de corrupção e extorsão na Prefeitura de Santo André (SP),

O fato do incêndio criminoso ter ocorrido no dia 31 de março, justamente na véspera da operação que tinha como alvo um suspeito de chantagear o ex-presidente Lula sobre o caso de Celso Daniel é algo preocupante.


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