sexta-feira, 20 de maio de 2016

Conselho da Petrobras avaliará indicação de Pedro Parente no dia 23

Pedro Parente, indicado pelo presidente em exercício Michel Temer para presidir a Petrobras, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Adriano Machado/Reuters)Pedro Parente, indicado pelo presidente em exercício Michel Temer para presidir a Petrobras, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília
Parente foi indicado por Michel Temer para assumir presidência da estatal. Enquanto isso, continua à frente da Petrobras Aldemir Bendine. A Petrobras informou na manhã desta sexta-feira (20) que seu Conselho de Administração vai avaliar, durante reunião extraordinária agendada para segunda (23), a indicação de Pedro Parente para o cargo de presidente da petroleira.

Até o resultado da reunião do conselho, continua no cargo de presidente da estatal Aldemir Bendine, que está no posto desde o ano passado, quando foi nomeado no governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

Em comunicado, a petroleira informou que o Conselho de Administração irá apreciar também a indicação de Parente para integrar o colegiado. Os atuais conselheiros foram eleitos em abrilem assembleia de acionistas para um mandato de 2 anos. Dos 10 conselheiros, 7 foram indicados pelo governo Dilma, incluindo o atual presidente do conselho, Luiz Nelson Guedes de Carvalho.

A assessoria de imprensa da Presidência da República anunciou na noite desta quinta (19) que o ex-ministro Pedro Parente seria o novo presidente da Petrobras. O anúncio ocorreu após ida de Parente ao Palácio do Planalto para conversa com o presidente em exercício Michel Temer.

De acordo com o colunista Gerson Camarotti, o convite para que Parente assuma o comando a Petrobras faz parte da estratégia de Temer de colocar no segundo escalão os chamados "notáveis", com perfil mais técnico. A escolha de Parente tem como objetivo blindar a Petrobras, alvo do maior escândalo de corrupção no governo Dilma. O loteamento político da estatal por PT, PMDB e PP é o foco da investigação da Operação Lava Jato.

Chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Pedro Parente ocupa atualmente a presidência do Conselho de Administração da BM&F Bovespa, mandato para o qual foi eleito em março do ano passado.

Segundo o site da BM&F Bovespa, o novo presidente da Petrobras iniciou a carreira no serviço público no Banco do Brasil, em 1971, e, em 1973, se transferiu para o Banco Central.

Formado em engenharia pela Universidade de Brasília (UnB), ele exerceu, além de outras funções, o cargo de consultor do Fundo Monetário Internacional e coordenou, em 2002, a equipe de transição do governo FHC quando o ex-presidente Lula foi eleito.

A confirmação do novo presidente da Petrobras ocorre em meio aos anúncios do governo sobre postos estratégicos no segundo escalão, como os recentes nomes que foram divulgados para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e para a presidência do Banco Central.

Há, ainda, a expectativa de que sejam anunciados nos próximos dias os nomes dos novos presidentes de bancos públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal eBanco do Nordeste.

Em 2001, foi escalado para o gabinete especial formado para enfrentar a crise energética, apelidada de “apagão”.Perfil
Parente se formou em engenharia elétrica pela Universidade de Brasília (UnB) em 1976. Ele foi ministro entre 1999 e 2003, passando pelaCasa Civil, pelo Planejamento e pela pasta de Minas e Energia. Coordenou a equipe de transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois que saiu do governo, Parente foi vice-presidente executivo do grupo RBS. Ele atuou, ainda, nos conselhos da Petrobras e do Banco do Brasil. Entre 2010 e 2014, foi presidente da Bunge Brasil, uma das maiores exportadoras do país.

Após deixar a companhia, Parente passou a se dedicar à Prada Assessoria, sua consultoria financeira para gestão de fortunas, que tem como sócia a mulher dele, Lucia Hauptman.

Repercussão
Adriano Pires, diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), considerou Parente uma boa escolha. “O nome dele é ótimo, é um gestor público, nada contra. Mas as pessoas estão sempre procurando o salvador da pátria e se esquecem que o problema é ter um plano estratégico. A Petrobras é hoje uma empresa que está quebrada. Pode pegar o melhor executivo do mundo que não resolve o problema da Petrobras”, afirmou.

Ele criticou, no entanto, o processo de troca de comando: “quem indica o presidente é sempre o acionista majoritário, mas acho que está todo errado o processo. O governo tinha que chamar uma assembleia, dissolver o atual conselho de administração, indicar um novo e esse conselho escolher o novo presidente da Petrobras”.

Em nota, a Federação das Indústrias do Rio (Firjan) disse que a indicação de Parente “é um
passo decisivo para a recuperação da mais icônica companhia brasileira”. “O currículo de Pedro Parente o credencia amplamente para a missão nobre a que agora se dedicará”, aponta a entidade.

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