quinta-feira, 5 de maio de 2016

De sequestro a trabalho escravo, linha sucessória de Cunha na Câmara tem histórico de acusações

Sequência de parlamentares prontos para ocupar a cadeira de Cunha tem acúmulo de acusações e inquéritos.

O afastamento de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) de seu mandato de deputado federal, pedido na manhã desta quinta-feira pelo ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), jogou os holofotes automaticamente sobre Waldir Maranhão (PP/MA), vice-presidente da Câmara e primeiro na linha sucessória da Casa. O parlamentar maranhense é um dos 32 integrantes do PP investigados pela Operação Lava Jato, além de também ser alvo de dois inquéritos no STF em que é acusado de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores. No entanto, não é somente Maranhão que carrega sobre os ombros um histórico de acusações, inquéritos e investigações. Outros parlamentares da linha sucessória de Cunha também possuem um currículo vasto de parágrafos nesta seara. 

Fernando Giacobo (PR/PR) é o 2º vice-presidente da Câmara. Atualmente, tramita no STF um inquérito contra o deputado, acusado de crime contra a ordem tributária. Protocolado em 2008, o inquérito tem como relator o ministro Celso de Mello. Giacobo já se livrou, em 2010, de uma ação penal envolvendo crime de sequestro e cárcere privado. Em 2011, foi inocentado após a prescrição de acusações de falsidade ideológica e formação de quadrilha em outra ação. Em seguida, surge a figura de Beto Mansur (PRB/SP), colecionador de acusações em tramitação no STF. Em 2012, fiscais do Ministério do Trabalho encontraram 22 pessoas em condições análogas à escravidão trabalhando em uma propriedade do parlamentar, no interior de Goiás. Em 2014, Beto foi condenado pelo Tribunal Superior do Trabalho a pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais coletivos. A esta altura, o deputado é alvo de três processos no Supremo pelos crimes de: crime contra a administração pública e crimes de responsabilidade fiscal. O 2º secretário da Câmara é Felipe Bornier (PROS/RJ). Ele é investigado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro sob a acusação de uso indevido de meios de comunicação nas eleições de 2014. 

Em tempo: Bornier, em março, entrou com um mandado de segurança no STF, relatando que havia recebido um ofício de Eduardo Cunha em que este informava que Bornier perderia seu cargo de 2º secretário, por conta de sua saída do PSD para o PROS. Alegando que teria apenas mudado de legenda, sem deixar o bloco parlamentar que abarca os dois partidos, o secretário conseguiu manter seu cargo na mesa por decisão do ministro Luiz Fux. Exercendo seu segundo mandato na Câmara, a deputada Mara Gabrilli (PSDB/SP) surge como a primeira figura da linha sucessória sem algum tipo de inquérito ou processo tramitando em tribunais instâncias superiores.

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