quarta-feira, 18 de maio de 2016

Filipinho, Mineirinho, Italo e Caio Ibelli domam Postinho e vão à quarta fase

Filipe Toledo comemorou a vitória em condições desafiadoras com o pai, Ricardo Toledo (Foto: Rafael Moura)
Filipe Toledo comemorou a vitória em condições desafiadoras com o pai, Ricardo Toledo
Com mar pesado e mexido, quarteto brasileiro leva a melhor nas suas baterias da terceira fase e segue no Rio Pro. Alejo para em John John; Medina ainda compete.
A terceira fase masculina do Rio Pro enfim começou, com o aguardado swell na Praia da Barra da Tijuca. Após três dias de adiamentos e o título da australiana Tyler Wright no feminino, os homens voltaram ao mar do Postinho na manhã desta quarta-feira. O vento forte e a chuva fizeram as ondas de bom tamanho ficarem bastante mexidas, dificultando a vida dos surfistas. Mas Filipe Toledo, Adriano de Souza, Italo Ferreira e Caio Ibelli fizeram bem a lição de casa e estão na quarta fase, que também poderá acontecer nesta quarta.

O primeiro brasileiro a se aventurar foi o defensor do caneco da etapa brasileira do Circuito Mundial, Filipinho. Ele bateu o convidado italiano Leonardo Fioravanti por 12,67 a 5,00. Na bateria seguinte, o havaiano John John Florence eliminou o brasileiro Alejo Muniz por 10,73 a 7,64. Mas, enquanto muitos tinham as condições desafiadoras como obstáculo, Caio Ibelli mostrou estar mais do que confortável. Encontrou tubos e decolou em aéreos para a alegria dos torcedores nas areias, vencendo o aussie Ryan Callinan em grande estilo: 15.07 a 11.13. Atual campeão mundial, Mineirinho teve um duelo parelho com o atual campeão mundial júnior, o carioca Lucas Silveira, mas acabou levando a melhor pelo placar de 13,34 a 12,76. Em grande fase, o atual número 3 do ranking, Italo Ferreira, não teve qualquer dificuldade para avançar ao round 4. O potiguar de 22 anos superou o baiano Marco Fernandez, vencedor da triagem por 13,70 a 9,50.

- As condições estão muito desafiadoras nesta manhã. No ano passado, eu fiquei em 13º, aqui no Rio, e já consegui superar essa campanha, passando para a quarta fase. Espero que os brasileiros continuem vencendo e que um de nós seja campeão aqui - afirmou Mineirinho.

Filipinho comandou as ações no início de bateria. Ele encontrou uma direita e encaixou duas batidas para receber nota 5,50 dos juízes e sair na frente. Menos experiente que o paulista de Ubatuba, o italiano líder do QS, a divisão de acesso, demonstrava enorme dificuldade para se posicionar no mar mexido. 

O vento prejudicava também Filipe, que não conseguia fazer uma boa leitura da maré e penava para dropar outras ondas para aumentar seu somatório. Depois de entrar e sair de duas direitas, ele surfou uma terceira e começou com uma boa manobra, mas a onda acabou fechando e lhe rendeu 2,83. Leonardo assustou Filipinho ao pegar um pequeno tubo e completar com uma batida na junção, mas os juízes consideraram que ele mal entrou no canudo e lhe deram apenas 3,50.
Filipe Toledo despachou o convidado italiano Leonardo Fiovaranti 

Nos cinco minutos finais, Toledo somava 8,33 contra 5,00 do europeu, que corria atrás de 4,84 para tomar a dianteira. Para sorte do quarto colocado no ranking mundial do ano passado, o mar não ofereceu ondas boas para Fioravanti. Ótimo para Filipinho, que ainda teve tempo para conseguir a melhor nota da bateria. Em uma direita com duas boas manobras, ele tirou 7,17 e passou à quarta fase com um triunfo por 12,67 a 5,00. 

- Está realmente duro achar as ondas. Estou muito feliz por ter passado a minha bateria, depois de muito tempo fora por causa de uma lesão - comentou Filipinho.

Mineirinho supera carioca campeão mundial júnior
Adriano de Souza em ação na quarta fase

Com o mar novamente mexido, Lucas Silveira tomou a iniciativa e foi o primeiro a surfar uma onda. Mas ele apenas dropou uma direita e saiu, abrindo com um 0,50. Mineirinho veio na onda de trás encaixou uma rasgada e uma boa batida, mas acabou caindo na sequência para receber 5,17 e pular para primeiro, com facilidade.

Esperto, o campeão mundial júnior esperou uma boa direita e encaixou duas boas manobras na parte crítica da onda para receber nota 6,33 para assumir a ponta, com 7,16. Porém, logo na sequência, Adriano fez o suficiente para descolar 4,67 e retomar a dianteira, com o somatório de 9,84.

Minerinho conseguiu um grande posicionamento na arrebentação e pegou sua melhor onda. Ele espancou uma direita, com boas manobras e chamou a atenção dos juízes, que lhe deram a nota 8,17. Adriano chegou aos 13,34 pontos contra 7,16 de Lucas, que precisava de 7,02 para virar o placar.

O carioca demonstrou que não desiste e partiu atrás de um boa nota. Ele surfou uma boa onda, com manobras fortes e ganhou 6,43. Não foi o suficiente para ele virar, pois chegou aos 12,76 pontos, contra 13,34 do número 1 do mundo no ano passado. Restavam apenas dois minutos para o jovem buscar 6,92. Ele chegou a começar muito bem uma direita, mas depois de uma forte batida, acabou caindo e ganhou 3,83. Vitória de Mineirinho, e vaga na quarta fase.

Caio Ibelli aposta em tubos e aéreos

Logo em sua primeira investida na quarta bateria da terceira fase, Caio Ibelli se impôs sobre o rival, foi para o floater e decolou em um aéreo, mas se desequilibrou no fim e levou apenas nota 4.00. Ryan Callinan veio atrás. Acabou caindo na onda (2.83), porém, se recuperou e tirou 6.50 para somar 9.33 e assumir a liderança, ultrapassando Caio (4.93). O jovem australiano ainda surfou um tubo, desapareceu atrás da parede de água, mas não encontrou saída. O paulista do Guarujá não se intimidou. Em busca do 5.34, Caio respondeu com outro tubo, saiu com estilo, mas, na hora de fechar com um layback, sofreu com a força do mar, se desequilibrou e desapareceu em meio à espuma: 3.73. 

Com 7.73, o paulista encaixou algumas rasgadas em uma onda mediana e se manteve firme até o fim. Os juízes deram a ele nota 6.00 e, assim, Caio assumiu a dianteira, superando Ryan por 10.00 a 9.33, a 15 minutos para o fim. Era o que ele precisava para deslanchar. Dominando por completo o rival, Caio mesclou o estilo clássico ao progressivo, com tubos e aéreos, tudo o que os juízes e fãs de surfe queriam ver. Tirou duas notas altas, 8.00 e 7.07, para chegar a 15.07. Com 11.13, Ryan precisava de 8.57 para virar, faltando cinco minutos para zerar o cronômetro, mas o máximo que conseguiu foi uma vaca nos instantes finais, se despedindo em 13º lugar. 

Alejo é eliminado por John John
Alejo Muniz não encontrou onda salvadora em mar complicado no Rio Pro 

Na segunda bateria desta quarta-feira, o argentino naturalizado brasileiro Alejo Muniz não conseguiu se conectar muito bem com as ondas do Postinho. Soma-se isso ao fato dele ter enfrentado a fera havaiana John John Florence, e o resultado foi a eliminação do local de Bombinhas (SC) na terceira fase pelo placar de 10,73 a 7,64. 

John John não brilhou, mas teve como melhores ondas um 6,00 e um 4,73, contra apenas 4,17 e 3,47 de Alejo. As condições não estavam fáceis, como explicou Florence ao fim da bateria.

- Estava bem difícil pegar ondas nessa bateria, mas consegui vencer e isso é o mais importante na terceira fase - disse John John, que nas últimas etapas anteriores (as australianas Bells Beach e Margaret River) foi eliminado neste round pelo paulista Caio Ibelli.

BATERIAS DA TERCEIRA FASE MASCULINA

1. Filipe Toledo (BRA) 12,67 x Leonardo Fioravanti (ITA) 5,00
2. John John Florence (HAV) 10,73 x Alejo Muniz (BRA) 7,64
3. Nat Young (EUA) 12.76 x Dusty Payne (HAV) 14.63 
4. Caio Ibelli (BRA) 15.07 x Ryan Callinan (AUS) 11.13 
5. Stuart Kennedy (AUS) 8,74 x Davey Cathels (AUS) 8,80
6. Adriano de Souza (BRA) 13,34 x Lucas Silveira (BRA) 12,76
7. Italo Ferreira (BRA) 13,70 x Marco Fernandez (BRA) 9,50
8. Kanoa Igarashi (EUA) x Miguel Pupo (BRA) 
9. Sebastian Zietz (HAV) x Adam Melling (AUS)
10. Jordy Smith (AFS) x Jack Freestone (AUS)
11. Michel Bourez (TAH) x Matt Banting (AUS)
12. Gabriel Medina (BRA) x Deivid Silva (BRA)

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