Integrantes do Movimento Sem-Terra invadem fazenda em Duartina

Fazenda ocupada tem cerca de 1,5 mil hectares

Segundo MST, mil famílias ocupam área que teria ligação com Temer. Assessoria informou que o vice-presidente não tem propriedade rural. 

Cerca de mil famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST) ocuparam na manhã desta segunda-feira (9) a fazenda Esmeralda, em Duartina, no interior de São Paulo (SP). Segundo informações da assessoria de imprensa do grupo, a fazenda é ligada ao vice-presidente Michel Temer (PMDB). Tentamos entrar em contato a assessoria do vice-presidente que informou, por meio de nota, que o vice-presidente não tem propriedades rurais e não é dono da fazenda em Duartina.

A Polícia Militar confirmou a invasão e disse que uma viatura está no local acompanhando a movimentação, que até o momento é pacífica. Os policiais informaram ainda que não entraram no local, mas que a fazenda tem duas porteiras de onde dá para ver que está ocupada por bastante gente, de acordo com eles seriam cerca de mil pessoas. Disseram ainda que duas famílias moram na fazenda, mas não houve nenhum tipo de problema com os integrantes do movimento nem houve danos à propriedade. A Polícia Militar não soube informar nada a respeito dos proprietários da fazenda nem sobre um possível pedido de reintegração de posse. Segundo o MST, o objetivo da ocupação é "denunciar as conspirações golpistas de Temer, muitas vezes articuladas de dentro da propriedade". Com a ação, o grupo também quer colocar em pauta a reforma agrária em todo país.

A fazenda tem cerca de 1,5 mil hectares e fica entre os municípios de Duartina, Fernão, Gália e Lucianópolis.Ainda de acordo com o MST, os manifestantes denunciam também o cultivo eucalipto na propriedade e as condições de trabalho que seriam análogas à escravidão.

O Incra informou que inexiste o processo administrativo de desapropriação ou fiscalização cadastral tendo como objeto imóvel denominado Fazenda Esmeralda, localizado no município de Duartina.

O MPT de Bauru não confirmou a denúncia de trabalho escravo. Eles informaram que não foi feita fiscalização em Duartina em fazenda com plantação de eucalipto. Também não consta nada nem com o nome de Fazenda Esmeralda e nem com o nome e o CNPJ da empresa Argeplan.