quarta-feira, 11 de maio de 2016

PMDB manda recado a Temer

O desejo de Michel Temer de obter hoje pelo menos 54 votos pelo afastamento da presidente Dilma, o que asseguraria desde já que ela não teria apoio suficiente para voltar ao cargo após pelo menos 180 dias, ficou mais distante: o PMDB do Senado decidiu mandar um recado ao vice-presidente e, pelo pelo menos sete senadores podem não votar hoje o pedido de afastamento de Dilma, a começar pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
Em uma reunião na noite de ontem, senadores do partido decidiram optar pelo que chamam de "caminho da cautela", que seria não votar, mas na verdade é um forte recado a Michel Temer como reação à equipe ministerial que está sendo anunciada pelos assessores do provável futuro governo. Além de Renan, não devem votar os senadores Eduardo Braga, que não reassumiu seu mandato; a senadora Rose de Freitas, que está com problemas de saúde e, ainda Edison Lobão, que poderá se abster; Jader Barbalho, que se diz "desmotivado", e ainda Raimundo Lira e João Alberto, que se aproximou do Planalto nos últimos dias, podem não votar. Também não poderá votar o suplente de Delcídio Amaral, Pedro Chaves, pois ainda não assumiu a cadeira.

O descontentamento do PMDB do Senado é com a formação da equipe de governo de Temer e, por isso, a bancada decidiu não fazer indicações. A principal irritação é com a indicação de que Maurício Quintela (PR) deverá ser o novo ministro dos Transportes, que agora reunirá também as pastas de Portos e Aeroportos.

- O PR, na prática, terá três ministérios - disse um peemedebista, referindo-se ao Ministério dos Transportes, robustecido com as áreas de Portos e Aeroportos, e mais cargos cobiçados como o Denit e Valec, por exemplo.

O saldo disso é que o PMDB do Senado não quer indicar os sub-secretários e Portos e Aeroportos, como foi indicado por Michel Temer.

A irritação maior da bancada do PMDB é que, numa das várias reuniões, Geddel Vieira Lima, que será o coordenador político do Executivo, titular da Secretaria de Governo, chegou a dizer que estava difícil compatibilizar as necessidades porque "pegou o bonde andando" pois a montagem do governo Temer teria sido iniciada com promessas feitas por Eduardo Cunha. Como se sabe, a disputa entre as bancadas do PMDB na Câmara e no Senado se dá nas pessoas de Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

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