terça-feira, 31 de maio de 2016

Polícia faz diligências para localizar foragidos suspeitos de estupro no Rio

Da esquerda para a direita, Michel Brasil da Silva, Raphael Belo, Marcelo Correa e Sergio Luiz da Silva Junior  (Foto: Divulgação / Polícia Civil RJ)

Da esquerda para a direita, Michel Brasil da Silva, Raphael Belo, Marcelo Correa e Sergio Luiz da Silva Junior
Delegada afirmou que estupro da jovem de 16 anos está comprovado.
'Vídeo prova o abuso sexual, além do depoimento da vítima', disse Cristiana. A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) realiza diligências, nesta terça-feira (31), para prender os quatro foragidos que são suspeitos de envolvimento no caso de estupro coletivo de uma jovem de 16 anos.

A polícia também tenta localizar o sétimo suspeito de participar do crime, que foi identificado nesta segunda (30), quando foram presos Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, jogador do time de futebol Boa Vista, apontado como namorado da vítima, e Raí de Souza, de 22 anos. Os que continuam foragidos são Marcelo Miranda Correa, suspeito de divulgar as imagens, Raphael Assis Duarte Belo, que aparece em uma foto fazendo selfie com a jovem desacordada na cama, Sérgio Luiz da Silva Júnior, o "Da Rússia", apontado como chefe do tráfico no Morro do Barão, e Michel Brasil da Silva, também suspeito de divulgar o vídeo.

A polícia também realiza diligências para buscar informações sobre a participação de outras pessoas no estupro coletivo.

'Houve estupro', diz delegada
Em entrevista nesta segunda-feira, a delegada responsável pelo caso, Cristiana Bento, afirmou que está convicta de que houve estupro. As principais provas são o depoimento da vítima e vídeo divulgado nas redes sociais pelos suspeitos. A polícia, entretanto, ainda não tem elementos para confirmar a versão de que 33 pessoas participaram do crime. "Minha convicção é que houve estupro. Tanto que está no vídeo. Quero provar agora é a extensão desse estupro. Se foram cinco, dez, trinta", disse Cristiana, que é delegada titular da DCAV.

"O vídeo prova o abuso sexual, além do depoimento da vítima", afirmou a delegada, acrescentando que, na avaliação dela, o vídeo prova ainda o estupro coletivo.

O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, explicou que a investigação se debruça sobre dois momentos: o vídeo, que mostra provas e envolvimento de alguns suspeitos, e o momento anterior, do estupro coletivo denunciado, que está na fase de coleta de provas e depoimentos. Não há "prova técnica", segundo ele, da participação de 33 pessoas.

Para a Polícia Civil, porém, é claro que houve estupro coletivo, porque o vídeo mostra um homem tocando a adolescente e há vozes de outros no mesmo ambiente.

Sobre o vídeo, os suspeitos podem ser indiciados por estupro de vulnerável e produção, armazenamento e distribuição de pornografia com menores de idade, de acordo com os artigos 240 e 241A do Código Penal.

Laudo do exame
De acordo com a perita legista do Instituto Médico Legal (IML), Adriane Rego, não foi constatada violência física no exame. A perita ressaltou, no entanto, que o exame foi feito cinco dias depois do ocorrido. O inquérito corre em segredo de Justiça. Cristiana Bento explicou que o fato de o exame físico não constatar lesão na vítima não quer dizer que não houve o crime. "Nesse tipo de investigação, pode não ter acontecido lesão e haver estupro; e pode ter acontecido lesão e não ter acontecido estupro", explicou. "Se ela estava desacordada, não vai ter lesão, porque ela não ofereceu resistência."

Troca de delegado
Veloso afirmou que o fato de que os pedidos de prisão de seis suspeitos ter acontecido nesta segunda-feira, e não antes, está sendo avaliado, assim como a conduta do delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, que deixou o caso neste domingo (29).

Thiers foi criticado por afirmar após dizer que não via indícios de que houve estupro. Além disso, a vítima afirmou que sentiu acuada durante o depoimento que deu ao delegado. "Até o próprio delegado me culpou", disse ao Fantástico.

O chefe da polícia afirmou, entretanto, que pesou na decisão de trocar o comando das investigações a experiência de Bento no trato com vítimas de violência sexual. Veloso disse ainda que Thiers já contribuiu com o caso.

"Pessoalmente, entendo que não era conveniente que o delegado Alessandro Thiers continuasse à frente da investigação, até para preservá-lo", diz Veloso. Ele disse que Thiers é muito competente, mas não está isento de cometer erros ou impropriedade.

Veloso admitiu que Cristiana Bento tem mais conhecimento na questão do trato com a vítima. "Mais até do que eu", afirmou.

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