quinta-feira, 23 de junho de 2016

Câmeras não mostram chegada de bandidos no Hospital Souza Aguiar




Polícia acredita que bando teve ajuda de alguém que conhece a rotina da unidade.

As câmeras do Hospital municipal Souza Aguiar não gravaram o momento em que os bandidos entraram na unidade para o resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, na madrugada de domingo. Investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital só conseguiram as imagens da saída dos criminosos porque eles se perderam e não conseguiram deixar o prédio pelo caminho por onde entraram. Para a polícia, o fato de o bando não ter sido flagrado na entrada é um forte indício de que os invasores tiveram ajuda de alguém que conhecia bem a rotina do hospital e as condições das câmeras.


SUSPEITOS SÃO TRANSFERIDOS




Há cenas, no andar térreo, de seis bandidos fortemente armados com fuzis e pistolas, correndo de um lado para o outro com Fat Family, tentando achar a saída. Aliás, o resgatado era um dos que mais corriam. A assessoria da Secretaria municipal de Saúde não informou por que as câmeras não flagraram a entrada dos bandidos.



Os quinze presos suspeitos de envolvimento no planejamento do resgate foram transferidos ontem do Complexo de Gericinó, em Bangu, para presídios federais de segurança máxima. Eles foram levados pela manhã para a Base Aérea do Galeão sob forte esquema de segurança. De lá, seguiram em um avião da FAB para presídios em Catanduvas, no Paraná; Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e Porto Velho, em Rondônia, onde o traficante Edson Pereira Firmino de Jesus, o Zaca, ficará preso. Ele é tio de Fat Family.

Segundo o juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Eduardo Oberg, gravações de áudio mostram o momento em que Zaca comemora, dentro da cadeia, o resgate. Isso, segundo ele, evidenciou a necessidade de monitorar a quadrilha de forma rigorosa. O juiz afirmou que a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) não tem controle sobre presos que estão sob sua responsabilidade.

Em nota, a Seap rebateu as críticas e negou que tenha ocorrido comemoração de presos. Segundo o documento, “imagens do sistema de monitoramento de câmeras do presídio comprovam que tal comemoração não existiu”.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, pediu desculpas à população, ontem, em entrevista à Rede Globo, por ter informado que a segurança de Fat Family estava reforçada com cinco PMs. Ele esclareceu que apenas dois homens faziam a escolta do traficante. Dois PMs estavam na porta de outro bandido e um na sala de polícia. Beltrame disse que será montado um hospital de campanha no Complexo de Bangu para atendimento de presos que não estejam em estado grave.

A PM fez operações em diversas comunidades ontem para tentar achar Fat Family. Na Favela do Rola, em Santa Cruz, houve confronto. Cinco pessoas morreram.


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