quinta-feira, 16 de junho de 2016

Mulher conhece filho depois de ficar 45 dias em coma

Casal comemora que o filho está se desenvolvendo bem
Dizem que o amor de mãe supera qualquer barreira. Andreia Vasconcelos, de 29 anos, orgulha-se de acreditar nessa força. Moradora de Alcântara, em São Gonçalo, ela só conheceu o filho recém-nascido depois de 45 dias em coma. Até o parto foi feito enquanto ela estava sem consciência.


Andreia, que ainda está internada no Complexo Hospitalar de Niterói, no Centro, foi contaminada com o vírus da gripe H1N1 e precisou ficar sedada e entubada, depois de o pulmão quase parar de funcionar. O desafio médico é que ela já estava com seis meses de gravidez quando isso aconteceu e seria difícil salvar a vida dela e a do bebê.

Segundo Andreia, o drama começou no dia 20 de abril, quando ela reclamou com o marido, o eletricista Aldenir da Silva Souza, de 37, que estava resfriada. Dois dias depois, já com grande dificuldade para respirar, ela foi levada para o hospital. Ela já estava ficando com os dedos dos pés e das mãos roxos de tanta força que fazia para respirar. Foi então que os médicos identificaram que ela estava com um quadro de gripe suína e resolveram sedá-la. Fiquei em estado de choque, porque pensava na vida dela e do meu filho — conta Aldenir.

Dois dias depois, a equipe médica resolveu que precisaria fazer uma cesariana para retirar o bebê.

— O nosso Jonatam, que está com 53 dias de vida, é uma verdadeira fortaleza. Ele resistiu a três paradas cardíacas e nasceu com apenas 1,2kg. Hoje, já está com mais de 2,6kg e cada dia fica mais forte. Para nós, cada pequeno passo em sua evolução é uma grande conquista — celebra o pai coruja. 

Andreia se lembra com emoção dos momentos depois que acordou do coma.

— No dia que despertei, fiquei confusa e precisei tomar tranquilizantes. Lembrava só que estava resfriada e quando acordei já não tinha mais meu filho na barriga. Só fiquei mais calma depois que consegui encontrá-lo. Ele é a coisa mais linda. Não vejo a hora de irmos para casa — deseja a mamãe, que está agora passando por seções de fisioterapia para recuperar movimentos.

Pulmão artificial

Antes de conseguir ter o grande encontro com o filho, Andreia, que passava por um quadro de insuficiência respiratória,precisou enfrentar um batalhão de procedimentos médicos e, inclusive, contou com a ajuda de um pulmão artificial.

Segundo o médico Moyzes Damasceno, um dos responsáveis pela recuperação da paciente, está foi a primeira ve que este tipo de tecnologia é usado para salvar a vida de uma pessoa, na região Leste Fluminense do Rio.




Depois de um tempo internada, percebemos que mesmo com a ajuda de balões de oxigênio ela não tinha forças para respirar. Por isso, precisamos submetê-la à chamada oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês), que substitui a função dos pulmões e permite que o órgão descanse para se recuperar. Hoje, ela está muito bem e nossa equipe acredita que na próxima semana já tenha alta — explica Damasceno: — O bebê também está em pleno período de recuperação, mas vai precisar de mais alguns dias para ir para casa.

De acordo com o Ministério da Saúde, grávidas são quatro vezes mais suscetíveis do que a população em geral a terem complicações severas causadas pelo vírus H1N1, como aconteceu com Andreia.

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