Novas relações da UE com o país estão suspensas enquanto não houver acordo, segundo parlamentares. O presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, pediu neste domingo ao primeiro ministro britânico David Cameron que inicie o processo de saída do Reino Unido da União Europeia na terça-feira, quando será realizada uma cúpula europeia. Segundo entrevista publicada no jornal alemão “Bild”, a autoridade disse acreditar que um período confuso “levaria a uma insegurança maior, colocando em perigo o emprego”.
As quatro formações mais importantes do Parlamento europeu redigiram um documento que convida Cameron a iniciar o processo de saída na terça-feira, informou o jornal alemão “Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung”. É imperativo “evitar uma incerteza prejudicial para todos e preservar a unidade da União”, escreveram os parlamentares.“Essa atitude de dúvida, simplesmente para seguir o jogo tático dos conservadores britânicos, prejudica todos”, afirmou Schulz. “Por isso contamos com o governo britânico para cumprir suas promessas a partir de agora e da cúpula de terça-feira será um bom momento”.
“Não se poderá aprovar nenhuma nova relação, de qualquer tipo que seja, entre o Reino Unido e a UE enquanto o acordo de saída não for encerrado”, acrescentaram.
Na sexta-feira, após a comoção do resultado do referendo da quinta-feira, Cameron anunciou sua renúncia para o mês de outubro, deixando a seu sucessor o papel de negociar o Brexit com outros países-membros.
De acordo com o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que nuncha foi acionado até então, para empreender a saída do Reino Unido deve-se notificar o Conselho Europeu, composto pelos chefes de Estado e de governo, sobre a intenção de deixar o bloco. A partir de então, o país e os integrantes da UE têm dois anos para negociar a saída.
Nestas terça-feira e quarta-feira, acontecerá uma cúpula de chefes de Estado e governo para discutir o fim do referendo. O Parlamento europeu se reunirá na terça-feira em sessão extraordinária.
ALEMANHA: 'SEGUIR AS REGRAS'
Os ministros das Relações Exteriores dos seis países-fundadores (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxembrugo) pressionaram o governo britânico para iniciar o processo “o mais breve possível”. No entanto, a chanceler alemã Angela Merkel se mostrou mais flexível, considerando que diz respeito ao Reino Unido decidir quando iniciará essa etapa, ainda que não deve “se eternizar”.
“Não temos nenhuma razão para sermos desagradáveis nessas negociações. Devemos seguir as regras do jogo”, declarou Merkel no sábado.
Segundo o diretor de gabinete da chanceler, Peter Altmaier, que falou a rádio alemã na manhã deste domingo, “a petição (de saída) será depositada dentro de algumas semanas, incluindo meses, seguramente com a chegada de um novo governo”. Os novos líderes britânicos deverão primeiro “se organizar para depois apresentar a petição”.
“Deveríamos esperar com tranquilidade”, disse Altmaier.
O chefe de gabinete de Merkel disse que Londres deveria poder repensar saída da UE.
"Os políticos em Londres deveriam ter a possibilidade de reconsiderar as consequências de uma saída", disse o chefe de gabinete de Merkel, Peter Altmaier, segundo informou a rede de jornais RND no domingo.
Se o Reino Unido realmente sair da UE, isso seria "um divisor de águas difícil com muitas consequências", disse Altmaier, segundo a RND. O Reino Unido poderia candidatar-se para se juntar à UE depois, "mas isso levaria um longo tempo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui