terça-feira, 7 de junho de 2016

PF cumpre mandado judicial e apura fraude no Complexo de Deodoro, Rio

Imagem aérea mostra pista no Complexo Esportivo de Deodoro (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Imagem aérea mostra pista no Complexo Esportivo de Deodoro
Justiça já bloqueou cerca de R$ 130 milhões que seriam pagos a consórcio.
Empresa 'laranja' teria sido contratada para transportar entulho, que dobrou. A Polícia Federal cumpre oito mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (7), sobre um inquérito que apura indícios de fraude milionária nas obras do Complexo de Deodoro, uma das principais obras olímpicas do Rio. A operação Bota-fora, em conjunto com a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal apontam que os prejuízos na construção do complexo podem chegar a R$ 85 milhões aos cofres públicos.

As buscas acontecem na sede do consórcio, formado pelas empreiteiras Queiroz Galvão e OAS, como mostrou a GloboNews. Em março, a Justiça já bloqueou R$ 128 milhões que deveriam ser pagos ao grupo. Os indícios de irregularidade se referem a contratos de transporte e descarte de entulho. Uma empresa "laranja" simularia o transporte e a disposição do material, cujos gastos dobraram em relação ao previsto — de R$ 80 milhões para R$ 147 milhões.

O entulho, que tem alto valor de mercado, pode ter sido utilizado em outros empreendimentos, segundo a investigação.

Documentos obtidos pela GloboNews mostram que 13 motoristas dizem jamais ter trabalhado na obra, embora seus nomes apareçam nos contratos.

Outros ofícios sequer teriam assinaturas. Agentes da PF estão à procura de computadores, HDs, telefones e extratos bancários. A operação começou por volta de 10h15, contando com funcionários da Controladoria Geral da União (CGU) e foi autorizada pela Justiça Federal.

Em nota, o consórcio responsável pelas obras, formado pelas empresas Queiroz Galvão e OAS disse que já prestou esclarecimentos às autoridades competentes e que a alteração de custo se deve ao acréscimo de material transportado, que não estava previsto no contrato. O Comitê Rio 2016 informou que não vai se manifestar.

Segundo o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, a operação "objetiva desarticular uma ação criminosa que resulta em desvio de recursos públicos nas obras do Complexo Esportivo Deodoro".

Foram detectados, segundo a pasta, "indícios de falsificação nos registros dos volumes de resíduos das obras de construção civil, que são transportados do local das obras e, depois, depositados em um bota-fora no município de Duque de Caxias/RJ".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui