quinta-feira, 16 de junho de 2016

'Prévia' do PIB tem estabilidade em abril e interrompe 15 meses de queda


Informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central.
Em doze meses até abril, porém, índice registrou retração de 5,3%. O nível de atividade da economia brasileira registrou estabilidade em abril deste ano, quando foi registrado um aumento muito pequeno na chamada "prévia" do PIB, segundo números divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Banco Central.

O chamado Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br – um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) – teve alta marginal de 0,03% em abril (o que pode ser interpretado como estabilidade), na comparação com março, após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para poder comparar períodos diferentes).

Com isso, foi interrompida uma sequência de 15 meses de retração do indicador, que vinha recuando, sem interrupção, desde dezembro de 2014. Naquele mês, foi registrada uma alta de 0,54% sobre o mês anterior.

A economia brasileira atualmente passa por um período de forte recessão. No primeiro trimestre, houve uma retração de 0,3%, contra os três meses anteriores. A contração acontece em um ambiente de alta da inflação, das taxas de juros, do desemprego (que superou a marca de 11%) e também da inadimplência.

Em 2015, de acordo com o IBGE, o PIB recuou 3,8%. Para 2016, a estimativa é de recuo semelhante.

Comparação com abril de 2015
Entretanto, a "prévia" do PIB registrou uma retração de 4,99% em abril de 2016 quando comparado com o resultado do mesmo mês do ano passado. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal – pois considera períodos iguais. Com ajuste sazonal, a queda, nesta comparação, foi de 5,75%.

No acumulado dos 12 meses até abril, ainda de acordo com o Banco Central, o indicador registrou contração de 5,35% (após ajuste sazonal). Sem ajuste sazonal, o tombo do PIB, em 12 meses, foi de 5,41%.

Resultados do IBC-Br x PIB
Embora o cálculo seja um pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.

Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE. O Banco Central já informou anteriormente que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado.

Recentemente, o BC atualizou a metodologia de cálculo, incorporando novos indicadores, com destaque para a utilização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) em substituição à Pesquisa Mensal de Emprego (PME); além de outras mudanças.

Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

Atualmente, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, o maior nível em quase dez anos.

Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.

Para 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Neste ano, o mercado financeiro acredita que a inflação oficial ficará novamente acima do teto de 6,5% do sistema de metas. Para os analistas dos bancos, a inflação somará 7,19% em 2016.

Em 2015, somou 10,67%, a maior em 13 anos, e estourou a meta de inflação.

O Banco Central tem dito que trabalha para trazer a inflação para dentro da banda do sistema de metas em 2016 e próxima do objetivo central, de 4,5%, em 2017.

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