domingo, 5 de junho de 2016

RJ: VLT é inaugurado com área de lazer na Avenida Rio Branco, Centro do Rio

VLT circula na Avenida Rio Branco durante testes (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

VLT circula na Avenida Rio Branco durante teste

O transporte irá operar de graça durante o primeiro mês de funcionamento. Antes da inauguração, o trajeto pelo Centro da cidade. O Rio ganha neste domingo (5) um novo transporte: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Junto com o primeiro trecho a ser inaugurado — 18 km entre a Rodoviária e o Aeroporto Santos Dumont, ambos no Centro —a cidade recebe também uma nova Avenida Rio Branco e um novo Passeio Público. 

A viagem oficial de inauguração começou por volta das 11h. "Esforço de mobilidade, inspirado pelas Olimpíadas. Poderíamos fazer os jogos sem o VLT, mas aproveitamos este momento para melhorar o Centro da Cidade", disse o prefeito Eduardo Paes, que reiterou pedidos para a população ficar atenta, e que o novo transporte é silencioso. "Fizemos um boulevard no Centro, para que a população circule por ele e não pelos trilhos", disse.

Para inauguração, a Avenida Rio Branco será fechada integralmente das 8h às 18h e se transformará numa grande área de lazer. A via só volta a ter tráfego na segunda-feira (6).

O novo transporte vai integrar todos os meios de transporte do Centro e da Região Portuária - barcas, metrô, trem, ônibus, rodoviária, aeroporto, teleférico, terminal de cruzeiros marítimos e, futuramente, o BRT Transbrasil.

Lembrança dos bondes
Ele é uma atração enquanto cruza, quase sem ruído, a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, numa manhã chuvosa de outono. Não há pescoço que fique parado, nem celular que fique guardado. E para quem tem mais de 60 anos, é uma viagem de volta no tempo.

Foi assim que se sentiu o advogado aposentado, Marcos Muniz, 73 anos, ao entrar pela primeira vez no Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), na última quinta-feira (2), convidado pela reportagem doG1. Veja imagens da viagem.

O passeio reuniu jornalistas que acompanharam os últimos acertos do VLT antes da entrada em circulação do primeiro trecho – rodoviária ao Aerporto Santos Dumont – neste domingo (5). O advogado carioca disse que achou o VLT moderno e bem mais confortável do que os bondes antigos. Enquanto conhecia o trem, ele relembrou os tempos em que usava o antigo meio de transporte, que parou de circular no final dos anos 1960. Tudo bem vivo na memória.

"Tô muito feliz, viu. Como carioca, vivi minha infância nos Pilares, no Méier, e viajando de bonde o Rio de Janeiro. A volta, sinceramente, está me deixando encantado", afirmou Muniz.

Atenção no trajeto
O VLT, com sua modernidade e tecnologia, é o mais novo integrante de uma já tumultuada paisagem onde estão ônibus, carros, motos, bicicletas e pedestres.

E esse será um dos grandes desafios para Elivelton da Silva Alves, 38 anos, ex-motorista de caminhão-reboque da Ponte Rio-Niterói, um dos 28 condutores dos trens.

Ele vai ter que usar todos os conhecimentos do curso que fez durante um mês na França para evitar situações como as que nossa equipe flagrou durante o teste nesta quinta: pedestres que atravessam fora da faixa; ônibus que ficam parados sobre os trilhos; e entregadores de mercadorias que invadem o espaço do VLT com suas bicicletas. Por isso, Elivelton passa boa parte do percurso com o dedo na buzina do trem. Segundo ele, a buzina é acionada uma ou duas vezes em cada cruzamento dependendo da quantidade de pessoas em cada cruzamento. Ele confessa que durante os testes já usou muito o freio, principalmente por causa das selfies dos curiosos. "Nossa intenção é que a pessoa olhe para nós e veja que o VLT vai passar".

No dia do teste, Elivelton usou velocidades entre 5 e 27 km. Além da buzinha, guardas do Centro de Operações da prefeitura orientam pedestres e motoristas sobre a aproximação do trem. O período em que ele fica mais tempo parado é no cruzamento da Avenida Rio Branco com Avenida Presidente Vargas. Um novo personagem no Centro

Essa convivência com o VLT também divide opiniões dos taxistas que circulam no Centro da cidade. Arlécio dos Santos Rosa, 63 anos, andou de bonde quando era criança e diz que agora está preocupado com a segurança.

"Usei bastante quando era pequeno, com 12 anos de idade, mas não era tão perigoso como agora. Não tinha tanto veículo nas ruas, não tinha tanto ônibus e as pessoas eram mais cuidadosas. Acho que o carioca não está preparado", disse

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