quarta-feira, 15 de junho de 2016

Setor de serviços cai 4,5% em abril, diz IBGE

Festa ainda tem espaço para serviços como corte de cabelo e maquiagem (Foto: Pedro Amatuzzi-Fotografia)
Esse é o pior mês de abril da série histórica, que teve início em 2012.

No ano, o setor acumula queda de 4,9% e em 12 meses, de 4,6%. Em abril, o volume do setor de serviços do país recuou 4,5% frente ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira (15). Esse é o pior mês de abril da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que teve início em 2012. No ano, o setor acumula queda de 4,9% e em 12 meses, de 4,6%. É a 13ª queda consecutiva mensal. Em março, o recuo havia sido de 5,9%.

“O setor de serviços sempre tende a acompanhar essa tendência da indústria”, diz Roberto Saldanha, analista de serviços e comércio do IBGE. Em abril, a indústria caiu 7,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

“O setor de serviços para zerar essa perda até dezembro de 2016 tem que crescer 0,6% ao mês, crescimento real até dezembro. Para zerar a perda acumulada até abril, para terminar o ano com zero. Por enquanto a gente não está vendo tendência de reversão”, afirma.

De acordo com o analista, uma recuperação do setor de serviços “depende do comportamento da economia como um todo, mas principalmente da indústria, da recuperação industrial”.

Por setores
Houve variações negativas em todos os segmentos do setor: serviços prestados às famílias (-3%), serviços de informação e comunicação (-3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,4%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-6,5%) e outros serviços (-3,3%).

Serviços de tecnologia da informação, que faz parte do segmento de serviços de informação e comunicação, foi o único subitem que apresentou crescimento real em abril (de 1,6%), aponta Saldanha. “Nesse mês significou alguns contratos novos com empresas e com governos também. Alguns têm a ver com jogos olímpicos, e alguns contratos vão até o final [do evento]”, explica.

Segundo Saldanha, o recuo de 3% no segmento de serviços de informação e comunicação é explicado pela queda na demanda das famílias e do setor corporativo.

Saldanha diz que os serviços prestados às famílias continuam em queda e são afetados principalmente pelo desemprego e pela queda na renda das famílias. Mas ele afirma que a pesquisa mostra uma tendência de reversão no segmento, que engloba atividades artísticas, esportivas e de lazer, tratamento de beleza, funerárias, serviços pessoais e outros; e em outros serviços (atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação, auxiliares financeiros, entre outros).

“Eu avalio que o pior momento já passou. Estão em tendência de reversão, mas ainda estão muito aquém de a gente poder dizer que é uma recuperação. A gente pode observar que o pior já tenha passado, mas ainda está muito abaixo para gente afirmar que é uma recuperação. Os números não apontam para isso. Eles estão caindo de uma forma menos intensa, mas ainda estão caindo”, explica.

O segmento de atividades turísticas, que havia retraído em março (-2,3%) e subido em fevereiro (1,3%), caiu 3,6% em comparação com abril de 2015.

“Na hora de cortar gastos você vai cortar as viagens, o essencial ele vai manter. Enquanto não tiver uma melhora na situação, o setor fica vulnerável a estas questões. Lógico que agora com as Olimpíadas vai trazer benefícios em outros estados, o setor deve ser beneficiado com toda essa demanda de serviços turísticos, que afetam alojamento, alimentação, translado, transporte aéreo”, comenta.

Análise regional
Na comparação anual, o setor de serviços subiu em Rondônia (7,2%), Tocantins e Roraima, ambas com 6,5%. As maiores variações negativas de volume foram observadas no Amazonas (-15,3%), Amapá (-12,3%) e Paraíba (-11,2%).

Acumulado do ano
O setor acumula queda de 4,9% no ano, até abril, maior que o recuo do acumulado dos 12 meses, de 4,6%. Apenas serviços de informação e comunicação apresentou recuo (-1%).

Os demais cresceram: serviços prestados às famílias (3,2%), serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,8%) e outros serviços (3,8%).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui