quarta-feira, 15 de junho de 2016

TCU começa nesta quarta a analisar contas do governo Dilma de 2015


Apurado que área técnica do tribunal apontou irregularidades nas contas.
Parecer será encaminhado ao Congresso, que tem palavra final. Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) se reúnem nesta quarta-feira (15) para iniciar a discussão sobre as contas do governo Dilma Rousseff de 2015. O relator das contas, ministro José Múcio Monteiro, apresentará seu parecer na reunião, marcada para começar às 10h30. Depois, os ministros têm de votar para concluir se o tribunal recomendará a aprovação, aprovação com ressalvas, ou rejeição das contas de 2015. Esse posicionamento é encaminhado ao Congresso Nacional, que é responsável pela palavra final.


'Pedaladas'
No ano passado, o tribunal recomendou a rejeição das contas de 2014 devido às chamadas "pedaladas fiscais" e à edição de decretos que abriram créditos suplementares sem autorização prévia do Congresso Nacional.

As pedaladas fiscais consistiram no atraso do governo em repassar a bancos públicos o dinheiro para que essas instituições fizessem o pagamento de benefícios sociais e previdenciários. Assim, instituições como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil tiveram de usar recursos próprios para honrar os compromissos, numa espécie de “empréstimo” ao governo, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O Executivo, porém, alega que houve prestação de serviços, não operações que possam ser caracterizadas como empréstimos.

O Banco Central já confirmou que os atrasos de pagamentos existiram no governo Fernando Henrique Cardoso, mas assumiram proporções maiores na gestão da presidente Dilma Rousseff .

O governo Dilma anunciou que concluiu o pagamento de todas as "obrigações" devidas aos bancos oficiais e fundos públicos no fim do ano passado.

Impeachment
Em maio, o Senado aprovou a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, justificado pelas "pedaladas fiscais" realizadas em 2015 e pela autorização, por parte do governo, de despesas extras de R$ 2,5 bilhões, entre julho e agosto de 2015, mesmo ciente de que o gasto era incompatível com a meta fiscal.

A acusação contra Dilma foi de que teria contraído “operação de crédito ilegal”, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe o governo de usar dinheiro emprestado de bancos públicos, ou seja, controlados pelo próprio Executivo.

Durante a análise das acusações nas comissões do Senado e da Câmara, a Advocacia-Geral da União (AGU) alegou que os atos não configuram crimes de responsabilidade - exigência para requerer o impeachment de um presidente da República - e que também foram praticados em governos passados, sem qualquer questionamento.

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