quarta-feira, 8 de junho de 2016

Sharapova é suspensa por dois anos por doping e está fora da Rio-2016


A tenista russa Maria Sharapova admitiu, em março, que testou positivo para o uso de meldonium. Punição da tenista por uso de meldonium foi anunciada nesta quarta-feiraA tenista russa Maria Sharapova foi suspensa por dois anos por ser flagrada em um exame antidoping. A decisão foi anunciada nesta terça-feira pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês). A punição é retroativa a 26 de janeiro de 2016 e vale, portanto, até janeiro de 2018. Com isso, Sharapova não poderá participar da Olimpíada de 2016, no Rio - a tenista havia sido convocada para integrar a equipe russa.

Aos 29 anos, Sharapova foi suspensa preventivamente em março pelo uso de meldonium, substância presente em remédio para cardíacos e que desde o começo deste ano consta na lista das proibidas pela Agência Mundial Antidoping, a Wada. A tenista russa testou positivo em janeiro, em exame feito durante o Aberto da Austrália. Como parte da punição, Sharapova perde os pontos no ranking mundial que havia conquistado por ter chegado às quartas de final daquela competição, assim como o prêmio em dinheiro.

Pouco após sair a decisão da ITF, a tenista afirmou que considerava a punição "dura" e anunciou que vai recorrer:

- A ITF gastou uma imensa quantidade de tempo e recursos tentando provar que eu violei intencionalmente as regras antidoping e concluiu que eu não o fiz. Enquanto o tribunal concluiu corretamente que eu não violei intencionalmente o regulamento, não posso aceitar uma injusta e dura suspensão de dois anos. Vou apelar imediatamente da suspensão à Corte Arbitral do Esporte (CAS) - escreveu Sharapova em uma rede social.

A tenista alega que faz uso continuado do meldonium, desde 2006, por necessidade de saúde. Ela justifica a utilização do remédio devido a uma deficiência de magnésio no corpo e a um histórico familiar de diabetes. O meldonium ajuda a aumentar o sangue no organismo, e por isso é usado no tratamento de isquemia e de problemas do coração. No caso de atletas saudáveis, melhora o desempenho porque amplia a oxigenação dos músculos. Em abril, a Wada deu esperanças a Sharapova ao conceder anistia provisória a atletas que tiveram até 1 micrograma de meldonium detectado em exames realizados até o dia 1º de março. No caso de Sharapova, contudo, havia um agravante: a tenista declarou fazer uso de meldonium há pelo menos uma década e não saber que a substância havia entrado na lista proibida da Wada.

Veja o trecho do comunicado da ITF que explica a punição:

Em uma audiência de dois dias, entre 18 e 19 de maio, o Tribunal Independente recebeu provas e ouviu argumentos legais das duas partes e, posteriormente, emitiu uma decisão neste dia 8 de junho. O tribunal determinou que (1) a Sra. Sharapova deve ficar inelegível por dois anos; (2) devido à sua rápida admissão de violação, esse período será retroativo, começando em 26 de janeiro de 2016 (data da coleta de amostra) e termina à meia-noite do dia 25 de janeiro de 2018; (3) seu resultado no Aberto da Austrália de 2016 será desqualificado, resultando na perda de pontos no ranking e o prêmio em dinheiro recebido no evento.

PRATA EM LONDRES-2012; ÚLTIMO GRAND SLAM EM 2014

Maria Sharapova surgiu com destaque no mundo do tênis há pouco mais de uma década. Em agosto de 2005, a russa alcançou pela primeira vez o topo do ranking feminino, um ano depois de vencer o torneio de Wimbledon, seu primeiro Grand Slam - como são conhecidos os quatro principais campeonatos de tênis do circuito mundial.

Sharapova venceu o US Open em 2006, o Aberto da Austrália em 2008 e Roland Garros em 2012, conseguindo assim todos os títulos de Grand Slams. Naquele ano, Sharapova conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, sendo derrotada por Serena Williams na decisão. Em 2014, a russa voltou a ser campeã no saibro francês de Roland Garros, na última grande conquista antes do flagra por doping, no início deste ano.

DESFALQUES EM SÉRIE NA OLIMPÍADA DO RIO

A ausência de Maria Sharapova representa mais uma baixa de peso nos Jogos Olímpicos de 2016. Na lista dos possíveis desfalques por doping estão estrelas do atletismo da Rússia, como Yelena Isinbayeva, recordista mundial do salto com vara e medalhista de ouro em Atenas-2004 e Pequim-2008. O atletismo do país está suspenso de competições internacionais por conta do escândalo de doping no país. A decisão final sobre a participação de Isinbayeva e outros atletas na Rio-2016 sai no dia 17 deste mês.

Há ainda as rechecagens de exames antidoping colhidos nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012, conduzidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Até aqui, 31 amostras de Pequim e 23 de Londres detectaram substâncias proibidas, o que pode provocar a suspensão de atletas que participariam da Rio-2016.

Além do doping, outros desfalques se explicam por lesões, como o astro do basquete Stephen Curry, do Golden State Warriors e da seleção americana. Curry anunciou no início desta semana que desistiu dos Jogos de 2016 para curar totalmente problemas recentes no joelho e no tornozelo.

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