sábado, 4 de junho de 2016

Só é lembrado quem vence: lema de Dunga embala Brasil na Copa América

Dunga coletiva  (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)Lema de Dunga está bem inserido no discurso da Seleção
Seleção estreia neste sábado na competição, contra o Equador, com discurso
afinado entre treinador e jogadores: é preciso ser campeão para entrar na história. Só é lembrado quem vence. O mantra concebido na carne por Dunga e repetido em entrevistas coletivas e preleções está bem assimilado pelos jogadores da seleção brasileira. Ao longo de duas semanas de preparação para a Copa América Centenário, vários repetiram o lema em conversas com a imprensa, o que revela a ênfase do discurso dentro da comissão técnica. Neste sábado, contra o Equador, às 23h (de Brasília), o Brasil estreia na competição para tentar colocar em prática a ideia do treinador. O GloboEsporte.com, a TV Globo e o SporTV transmitem o jogo ao vivo. O site também acompanha em Tempo Real. 

- Não fizemos nada de novo (para a Copa América). Fica para a história. Na hora que abrir o álbum, os livros, está quem venceu. Jogador tem que ter vitórias no DNA. Vitória se traduz com trabalho, dinâmica, qualidade técnica, aperfeiçoamento. Estamos buscando isso. Temos que jogar para ganhar. Desde que começamos, a vida nos ensina a dar oportunidade para a gente lutar e sair vencedor. Por mais que as pessoas achem que não é, a vida é feita por vencedores. Não quer dizer que vai ganhar sempre, mas tem que estar sempre entre aqueles que têm possibilidade de vencer - afirmou o treinador. 

Dunga tem motivos para pensar desta maneira. Depois de ser um dos jogadores mais criticados no fracasso da Seleção na Copa do Mundo de 1990, deu a volta por cima em 1994. Acredita que, não fosse o tetra, não teria passado para a história como vencedor. Por isso, tenta passar os mesmos valores para seus comandados. O lema foi bem assimilado. Lucas Lima, Renato Augusto e Douglas Santos repetiram o mantra em suas coletivas. Até mesmo a comissão técnica entrou no clima: ao chegar, o auxiliar pontual Rogério Ceni disse estar com “ideia fixa de ser campeão”. Internamente, a postura do ex-goleiro reforçou a convicção de que sua presença foi acertada. 

- Ele sempre fala com a gente. Porque é a verdade. Se a gente não vencer, não vai ser lembrado, vai ser criticado. Se a gente vencer, quem vai criticar, falar? Vão sempre lembrar do que a gente fez dentro de campo. É bom frisas isso para que a gente possa estar com a mentalidade renovada e as coisas venham a acontecer. Assimilamos bem (o lema). É uma situação que vai nos dar força nos jogos e na preparação – disse o lateral Douglas Santos. 

Ser campeão da Copa América Centenário pode ser o primeiro passo para Dunga recuperar prestígio. O treinador ainda é contestado dentro da CBF e sabe que um bom desempenho na competição é crucial para o prosseguimento do trabalho. Na primeira fase, a tarefa não é das mais difíceis. O Brasil vai enfrentar Equador, Haiti e Peru. Depois, as coisas complicam: Colômbia, EUA, Paraguai ou Costa Rica são os possíveis adversários nas quartas de final. 

A preparação da Seleção teve obstáculos. Seis jogadores foram cortados, e Dunga não pôde contar com o elenco completo em nenhum dos treinamentos. Além do prejuízo na montagem tática, isso foi um obstáculo para unificar todos no mesmo discurso. Ganso e Walace, por exemplo, só poderão ser "doutrinados" ao longo da competição. 

- O que nos deixa chateados é que tínhamos um grupo que entendia o trabalho, mas tínhamos que repetir porque estavam chegando jogadores novos. A cada dois dias tínhamos que voltar ao anterior para eles assimilarem o que estavam fazendo. Mas eles assimilam bem rápido o que se pede - completou Dunga.

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