terça-feira, 14 de junho de 2016

Tiro que matou menino em SP partiu de arma de PM em moto.

Menino de 10 anos, morto pela polícia, dirigia o carro. Ele estava acompanhado pelo amigo, de 11 (Foto: Reprodução/TV Globo)

Peritos analisaram armas dos policiais que participaram da perseguição.
Afastados da rua, PMs fazem trabalho administrativo na Corregedoria. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) recebeu o laudo da perícia que mostra que o tiro que matou o menino de 10 anos durante uma perseguição no Morumbi, no último dia 2, partiu da arma de um policial militar de moto. O menino que morreu e um amigo, de 11 anos, tinham invadido um prédio e furtado um carro. Na perseguição policial, o garoto de 10 anos foi morto com um tiro na cabeça.

O laudo da perícia, recebido pelo DHPP na segunda-feira (13), determina que o menino foi morto com um único tiro, de uma pistola calibre .40, que atingiu a área próxima ao seu olho esquerdo. Os peritos analisaram as armas de todos os policiais que participaram da perseguição no Morumbi. Desde segunda-feira, os seis policiais militares têm que se apresentar na Corregedoria às 8h para fazer serviços administrativos. Antes, os policiais já tinham sido retirados das ruas, mas não precisavam comparecer à Corregedoria. Todos são novos na polícia, a maioria trabalha no policiamento de rua há apenas seis meses.

Para o advogado dos policiais, Marcos Manteiga,eles estão em "uma prisão velada e ilegal", já que nenhum deles foi indiciado por qualquer crime envolvendo o menor morto.

A Corregedoria da PM apura se eles cometeram irregularidades durante a abordagem ao menino. A Polícia Civil investiga ainda se os agentes agiram em legítima defesa, como alegam, ou se executaram a vítima.

Os PMs disseram que revidaram os disparos feitos pelo menor durante perseguição policial. A defesa dos policiais militares diz que a câmera não registrou o tiro dado pelo menino, porque ele teria disparado contra os policiais com o carro em movimento.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deve marcar ainda nesta semana uma reconstituição.

A delegada Ana Paula Rodrigues, responsável pelo caso, quer que essa reconstituição seja feita no mesmo dia e no mesmo horário em que tudo aconteceu, como mostrou o Bom Dia São Paulo.

Nova versão
Na sexta-feira (10), o advogado dos policiais militares investigados afirmou ao SPTV que seus clientes disseram ao DHPP que o tiro no menino foi dado com o carro ainda em movimento. No boletim de ocorrência do caso, os PMs tinham dito que o tiro que matou o menor tinha sido dado após o veículo guiado pelo garoto bater.

Em seus depoimentos no DHPP, que duraram quase 11 horas, os PMs voltaram a dizer que agiram em legítima defesa, porque o garoto atirou na direção deles.

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