Os cientistas descobriram que o leite do diabo-da-Tasmânia contém um arsenal de compostos antimicrobianos que pode matar algumas das infecções bacterianas e fúngicas mais mortais conhecidas pela Ciência – como o estafilococo dourado.
Segundo os pesquisadores, o diabo-da-tasmânia produz seis tipos diferentes destes compostos antimicrobianos – os seres humanos produzem apenas um. Os cientistas sintetizaram a substância no laboratório para testar sua eficácia.
Quando testadas contra 25 diferentes bactérias e seis linhagens de fungos, as seis variedades de compostos antimicrobianos conseguiram combater o estafilococo dourado (Staphylococcus aureus) – responsável pela intoxicação alimentar, pneumonia e síndrome do choque tóxico – e o Enterococcus, responsável por causar infecções do trato urinário e Meningite.
Os compostos também mataram Candida krusei – uma espécie de levedura rara associada com alta mortalidade – e o fungo aéreo mortal chamado Cryptococcus gattii. “Nós mostramos que estes animais podem matar bactérias multirresistentes, o que é muito bom”, comentou uma integrante da equipe, Emma Peel, da Universidade de Sydney, na Austrália.
O animal
O diabo-da-tasmânia é uma espécie que vive exclusivamente na ilha da Tasmânia. Do tamanho de um cachorro pequeno, ele é o maior marsupial carnívoro do mundo. Esses animais estão atualmente sob séria ameaça de doença, com o tumor facial (DFTD) – um câncer facial parasita altamente infeccioso que atinge mais de 70 por cento dos espécimes.
A doença já matou grande parte da população ao longo das últimas duas décadas, mas a espécie está desenvolvendo sua própria resistência ao DFTD. Essa não é a única tenacidade desses animais australianos: eles nascem sem tecidos imunes primários e não desenvolvem a imunidade dos anticorpos até cerca de 90 dias de idade. No entanto, de alguma forma, eles sobrevivem na bolsa de sua mãe, que está repleta de bactérias.
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